Está rendendo em Goiânia -

Vídeos circulam no WhatsApp, viram meme e polícia investiga 'Caso Fran'

Já chamado de 'Caso Fran', a Polícia Civil de Goiás investiga um jovem de 22 anos, suspeito de propagar vários vídeos com conteúdo sexual por meio do aplicativo de mensagens de celular WhatsApp onde é possível ver uma jovem em atos sexuais.

O caso ganhou repercussão nacional e virou meme [termo usado para frases, imagens e vídeos que se disseminam na internet de forma viral] nas redes sociais. No Instagram, no Facebook e no Twitter, além do próprio WhatsApp, várias pessoas fazem um gesto, semelhante a um 'Ok' com as mãos (usando três dedos), para 'homenageá-la'.

De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes Martins, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), a jovem de 19 anos que aparece nas imagens registrou um boletim de ocorrência na sexta-feira passada, dia 4, mas só agora o assunto se espalhou de uma maneira assustadora. Isso tudo apenas pelas redes sociais.

As gravações se propagaram rapidamente pelo aplicativo de celular WhatsApp. Em um dos vídeos, a jovem aparece fazendo um sinal de 'OK'. O símbolo virou piada nas redes, com montagens de políticos e até o Barack Obama, presidente dos EUA, teria entrado na onda. Fotos de celebridades fazendo o sinal de OK também começaram a ser usadas pelos internautas.

No entanto, as imagens teriam sido tiradas antes da polêmica do vídeo e não se referem ao caso. É que o gesto é bastante comum, sinaliza 'Tudo Ok', algo parecido. Esta semana, a polícia começou a investigar o caso. A delegada apurou que os vídeos foram feitos neste ano, quando o rapaz, que é casado, mantinha um relacionamento extraconjugal com a garota. Ambos residem em Goiânia.

ELA SABIA; ELE ERA CASADO
Em depoimento, a vítima afirmou que sempre soube que estava na condição de amante e que consentiu em fazer os vídeos depois que o companheiro garantiu que eles seriam guardados em uma pasta oculta no celular, que só poderia ser acessada com senha. “Não tem como não dizer que ela não sabia. Ela permitiu e eles gostavam disso. Ela tinha um sentimento por ele. Em um relacionamento onde as pessoas são adultas ela tem condições de decidir o que vai fazer ou não”, afirma Martins.

De acordo com a delegada, o relacionamento durou pelo menos três anos. Neste período, a jovem chegou a engravidar. Foi cogitada a hipótese de que a criança seria do rapaz, mas segundo a vítima informou à polícia, ele não é o pai. Ele negou que seja o autor dos vídeos e da divulgação. A delegada afirma que ele será intimado a comparecer à delegacia para prestar depoimento, mas ainda não foi estabelecida uma data. Para Ana Elisa Martins, os vídeos vazaram depois que foram apresentados a amigos do autor das imagens. “Ele passou para amigos e conhecidos via WhatsApp [aplicativo para envio de mensagens via celular] e aí alastrou como um vírus”, acredita.

CRIME DE DIFAMAÇÃO NA MARIA DA PENHA
De acordo com a delegada, o crime é caracterizado como difamação com base na Lei Maria da Penha porque existiu uma relação de afeto entre vítima e autor. Se for condenado, o suspeito pode pegar pena de 3 meses a 1 ano. Ana Elisa Martins explica que o caso não se aplica à Lei 12.737/12, conhecida como ‘Lei Carolina Dieckmann’, em referência à atriz que teve fotos nuas divulgadas na web. “Não cabe porque esta lei é para casos em que o material foi roubado. No caso, os vídeos eram dele, nada foi subtraído dele”.

Os boatos a respeito dos autores das filmagens diziam até mesmo que a jovem teria suicidado, o que foi desmentido pela delegada. Além disso, Ana Elisa Martins confirma que a vítima não foi demitida do local onde trabalha, uma loja de roupas femininas, mas se afastou temporariamente. “Ela está muito abatida, em estado depressivo. No início da divulgação fizeram um print da página dela no Facebook em que ela aparece com a filha e está muito triste porque a criança também foi exposta”. Abaixo, algumas das imagens tiradas dos vídeos que têm se espalhado:

Fonte: Com informações do G1

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