Saindo da Ponte Estaiada -

Marcha que chama atenção para a humanização do parto acontece sábado (18)

Com foco no alerta aos casos de violência obstétrica e aos altos índices de partos do tipo cesariana, o Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI), com apoio da Comissão de Apoio à Vítima de Violência da OAB-PI e outras entidades, realizará, no próximo sábado (18), a V Marcha Pela Humanização do Parto. O evento começa às 16 horas, saindo da Ponte Estaiada até o Parque Potycabana.

    Foto: Pixabay

Nesta edição, o evento terá como tema “Mulheres, exerçam seus direitos” e tem como objetivo chamar a atenção para a importância do parto natural, reduzir a violência obstétrica e colocar a mulher como protagonista e condutora do processo do parto.

Pela quinta vez sendo realizada em Teresina-PI, a marcha se tornou referência na defesa dos direitos da saúde da mulher no Estado do Piauí. A expectativa é de reunir mulheres, profissionais e gestores da saúde, representantes de associações de classe, acadêmicos de cursos da área de saúde, movimentos sociais, políticos e qualquer cidadão envolvido com a defesa do parto humanizado e com o SUS (Sistema Único de Saúde).

Por ano, no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registra o índice de 55% de cesarianas entre os partos realizados. O número alto, frente aos 15% recomendados pela Organização, acompanham também os casos de violência obstétrica relatados por mulheres que tem o direito ao atendimento humano, integral e de qualidade, desrespeitado. “O convite da organização da V Marcha de Humanização do Parto é para que toda a sociedade esteja engajada na defesa dos direitos da gestante”, convida a presidente da Comissão de Apoio à Vítima de Violência da OAB-PI, Alba Valéria Vilanova . 

Além da OAB-PI, o evento tem apoio do Senatepi, Sesapi, Abenfo, Conselho Regional de Fisioterapia, ABEN, representantes das maternidades particulares e públicas, assistentes sociais e enfermeiros obstetras que se mobilizam e dividem as responsabilidades para a realização do ato.

Evento abordará o combate à Violência Obstétrica

Ainda sobre o tema, as Comissões de Apoio à Vítima de Violência e da Mulher Advogada da OAB-PI promoverão o Atelier Saúde da Mulher no próximo dia 21 (terça-feira). O evento começará às 14h30, no auditório da Escola Superior de Advocacia (ESA-Piauí). Na oportunidade, será lançado o Manual de Apoio à Vítima de Violência Obstétrica.

A violência obstétrica contribui para a manutenção dos altos índices de mortalidade materna e neonatal no Piauí́ e no Brasil. Segundo a presidente da Comissão de Apoio à Vítima de Violência, Alba Vilanova, o termo “violência obstétrica” é pouco conhecido no nordeste. “Por este motivo, o manual tem como objetivo colaborar na divulgação da Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, determinações da Organização Mundial da Saúde, bem como informar e esclarecer a população do Estado do Piauí́ sobre as diversas formas de violência obstétrica e os caminhos que as mulheres podem trilhar na garantia de seus direitos”, esclareceu.

A advogada Alba Vilanova diz que nenhuma gestante pode ser forçada a fazer uma cesariana ou ter direitos básicos negados durante a gestação, parto, pós-parto e abortamento. “Muitas gestantes e parturientes relatam que foram proibidas de gritar ou falar no trabalho de parto, foram submetidas a episiotomias desnecessárias (é o corte indiscriminado do períneo, região muscular entre o ânus e a vagina), sofreram formas de tratamento discriminatórias ou foram impedidas de ter um acompanhante ou Doula. São abusos que a sociedade desconhece e as autoridades não podem permitir”, afirmou.

Negar o direito ao acompanhante, não dar informações claras sobre o estado de saúde da mulher para a família, deixar a mulher sozinha, não oferecer opções para o alívio da dor, realizar exames de toque repetidamente, fazer piadas com paciente são manifestações da violência obstétrica. Ela pode ocorrer de forma verbal, física, psicológica e sexual.

A Comissão de Apoio à Vítima de Violência da OAB-PI procurou abordar de forma simplificada as hipóteses de violência obstétrica, caracterizada pela apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde e gestores hospitalares, através do tratamento desumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, visando à erradicação da violência obstétrica no Estado do Piauí́.

Fonte: AsCom

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