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Dia da Mulher: conheça a história por trás da data e entenda por que a celebramos

Em 2016, o Dia da Mulher é comemorado, oficialmente, pela 43ª vez, já que foi reconhecido pela ONU apenas na década de 1970. No entanto, a batalha que culminou na criação desse marco tem mais de 100 anos de história e remonta a questões que, até hoje, fazem parte da vida e da participação das mulheres na sociedade.

Como surgiu a data
O acontecimento considerado crucial para a criação do Dia Internacional da Mulher foi um incêndio que aconteceu em uma fábrica têxtil na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, em 1857, e que matou cerca de 130 operárias.

Embora ainda existam algumas divergências sobre a data, a versão mais aceita é a de um incêndio criminoso. A má condição de trabalho nas fábricas era uma das lutas mais importantes das mulheres que começaram a trabalhar após a Revolução Industrial: além das longas jornadas e da insalubridade do ambiente, havia ainda a questão salarial - mulheres chegavam a ganhar 1/3 do que os homens ganhavam pelo mesmo tipo de trabalho.

Lutas das mulheres
As manifestações foram intensas e as represálias, violentas. Acredita-se que as operárias que morreram na fábrica tenham sido propositalmente trancadas dentro do local.

Nos anos seguintes, as lutas por direitos sociais e trabalhistas continuaram. Em março de 1908, estima-se que 1500 mulheres se reuniram em Nova York para protestar - na ocasião, a questão do trabalho infantil também foi levantada por elas. Nesse mesmo ano, o partido Socialista da América estabeleceu que o último domingo de fevereiro seria celebrado como "Dia Nacional das Mulheres" (a data foi mantida até 1913).

Em fevereiro de 1910, milhares de mulheres, entre militantes, socialistas e operárias, se reuniram novamente em Nova York. De acordo com estudo "La Journée Internationale des Femmes", da pesquisadora francesa René Côté, nesse período a questão do sufrágio feminino (direito ao voto) também esteve em pauta.

Em agosto do mesmo ano, durante a Segunda Conferência de Mulheres Socialistas, na Dinamarca, a dirigente socialista Clara Zetkin, da Alemanha, junto com outras militantes, propôs a oficialização de um dia para celebrar a jornada das mulheres. Ficou decidido, assim, o Dia Internacional da Mulher.

Como não houve uma definição de data, a celebração era realizada em dias diferentes em cada país. O cenário de guerra dificultou a organização, embora as manifestações tenham continuado.

Muitos historiadores acreditam que o dia 8 de março foi escolhido em função de um protesto de quase 100 mil mulheres contra o Czar Nicolau II, da Rússia, movimento que contribuiu para o fortalecimento popular para a formação da Revolução Russa, um dos acontecimentos mais importantes da história recente.

Duas décadas mais tarde, a Organização das Nações Unidas assinou o primeiro acordo internacional para princípios de igualdade entre homens e mulheres. Na década de 1960, o movimento feminista começa a ganhar força e, em 1977, a Organização reconheceu o "8 de Março" como Dia Internacional da Mulher.

Por que comemorar o Dia Internacional Da Mulher?
A data é um símbolo do movimento de emancipação da mulher na sociedade. Com ela, são reconhecidas algumas das batalhas e sacrifícios das mulheres por direitos básicos em uma sociedade que, até hoje, segue o modelo patriarcal e, portanto privilegia os homens.

Vale lembrar que, embora muitas dessas lutas venham sendo travadas há décadas, direitos básicos das mulheres ainda são ameaçados e, muitas vezes, subestimados. No Brasil, por exemplo, o direito ao voto só foi concedido às mulheres da década de 1930, a e equiparação salarial ainda não é uma realidade.

Além disso, mulheres em todo o mundo são as maiores vítimas de violência sexual e doméstica, em geral recebem menos educação do que os homens e, em alguns países, não têm seus direitos humanos garantidos.

Nesse sentido, o 8 de março, além de servir para celebrar a trajetória e conquistas históricas da mulher, é uma oportunidade também para refletir sobre o seu papel na sociedade e fortalecer a luta por direitos, pela proteção e pelo respeito de todos os seus membros.

Fonte: Com informações do Bolsa de Mulher

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