
Preço da carne bovina caiu quase 10% este ano no Brasil
Os preços das carnes bovinas, em geral, experimentaram uma média de redução de 9,65% durante os primeiros oito meses deste ano (jan-ago/2023). As maiores diminuições de valores foram registradas nos cortes nobres. Com informações do Metrópoles.
Cortes como filé mignon (com uma queda de 16,95%), alcatra (13,46%), contrafilé (11,77%), paleta (10,50%), fígado (10,15%) e costela (9,95%). Essas informações foram divulgadas pelo IBGE, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é responsável por medir a inflação oficial do país.
Matheus Peçanha, economista da Fundação Getúlio Vargas, esclarece que a redução mais expressiva nos preços das carnes nobres se deve ao fato de que esses produtos estão mais disponíveis no mercado interno. Ele observa: "Essas carnes têm um apelo menor para exportação. Geralmente, as carnes que exportamos em maior quantidade são aquelas com um teor de gordura mais elevado".
Atualmente, o Brasil está enfrentando um excedente de carne devido às chuvas regulares que melhoraram a qualidade das pastagens, que são o principal alimento do gado. Além disso, a ração complementar ficou mais acessível devido a uma super safra de soja. O economista destaca: "É justamente o mercado inundado de soja, que é uma ração mais econômica, que está tornando a produção de gado, de forma geral, mais barata e menos custosa. Isso é a receita-chave para que os preços sejam reduzidos em toda a cadeia produtiva, até chegar ao consumidor final".
Ana Cristina Vieira Santana, que cuida de oito pessoas, aumentou o consumo de carne bovina porque agora considera os preços mais acessíveis. Ela comprou um quilo de alcatra e planeja fazer um bife acebolado para toda a família. No açougue onde faz suas compras em São Paulo, o preço do quilo do filé mignon caiu de R$ 69,99 para R$ 49,99. O gerente Vitor Palmeira de Souza explicou que os fornecedores estão oferecendo preços mais baixos, e essa redução é repassada aos clientes.
No entanto, nos restaurantes, os preços ainda não refletem a diminuição nos custos da carne. Pelo contrário, no primeiro semestre, houve um aumento de 3,4% nos preços dos restaurantes, em comparação com uma inflação acumulada de 2,9%, de acordo com um levantamento da Associação Nacional dos Restaurantes. Mas já se observa uma tendência de mudança. Milton Freitas, proprietário de um restaurante que serve carnes nobres, promete reduzir os preços em 20% nos próximos dias, esperando atrair mais clientes: "Estou confiante de que os clientes ficarão satisfeitos e que terei um aumento de 30% na quantidade de clientes mensalmente".
Fonte: Metrópoles