
Governo Brasileiro avalia ações contra tarifa de 25% dos EUA sobre aço e alumínio
O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (12/03) que avaliaria diversas possibilidades de ação no comércio exterior em resposta à imposição dos Estados Unidos de uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, que entrou em vigor no mesmo dia. Entre as opções avaliadas, está o recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC), instituição multilateral responsável por regular e resolver disputas comerciais internacionais. O Brasil é um dos países mais impactados, pois é um grande exportador de metais para os EUA, que são responsáveis por 54% das exportações brasileiras de ferro e aço.

A medida anunciada pelo presidente Donald Trump é vista como uma forma de proteção para as siderúrgicas americanas, que passam a concorrer com produtos importados mais caros. O Brasil, que exportou cerca de US$ 3,2 bilhões em aço e alumínio para os EUA em 2024, será fortemente afetado, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços lamentaram a decisão e consideraram a medida “injustificável e equivocada”.
O governo brasileiro, que reafirma seu compromisso com o sistema multilateral de comércio, destacou o histórico de cooperação entre Brasil e EUA, mencionando que os americanos mantêm um superávit comercial com o Brasil de US$ 7 bilhões em 2024. O Brasil é também o maior exportador de aço semiacabado para os Estados Unidos, com 60% das importações americanas de aço provenientes do Brasil. A nota enfatiza a relação de "complementaridade mutuamente benéfica" entre os dois países.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a prioridade do governo é negociar com os Estados Unidos, evitando retaliar as exportações americanas. Ele afirmou que o Brasil já enfrentou situações comerciais mais desfavoráveis no passado e que, em coordenação com o setor privado, buscará defender os interesses dos produtores nacionais.