
Dólar recua após alta da Selic e tensões no Oriente Médio influenciam mercados
O dólar iniciou esta sexta-feira (20/06) em queda no mercado brasileiro, sendo negociado a R$ 5,479 por volta das 9h06, com recuo de 0,41%. A movimentação ocorre no primeiro dia útil após o feriado de Corpus Christi e após o Banco Central anunciar, na noite de quarta-feira (18/06), a elevação da taxa Selic para 15% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) marca o maior patamar da taxa básica de juros desde 2006 e visa conter as expectativas de inflação acima da meta para os próximos anos.

Segundo o comunicado do Copom, o ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024 pode estar próximo do fim, com possível encerramento na próxima reunião, em julho. O comitê avalia que o atual nível de juros, mantido por tempo prolongado, pode ser suficiente para trazer a inflação à meta, mesmo com expectativas ainda desancoradas — 5,2% para 2025 e 4,5% para 2026, segundo a pesquisa Focus. Enquanto isso, o Ibovespa retoma hoje suas negociações às 10h, após encerrar o último pregão com leve queda de 0,09%, acumulando ganhos de 15,32% no ano.
No cenário internacional, os mercados acompanham com atenção os desdobramentos da guerra entre Israel e Irã, que chega ao oitavo dia sem perspectiva de cessar-fogo. A possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito aumentou após declarações do presidente Donald Trump, que afirmou precisar de duas semanas para decidir sobre uma eventual intervenção. O clima de instabilidade se agravou com o ataque iraniano ao hospital Soroka, no sul de Israel, que deixou 71 feridos, alimentando preocupações geopolíticas e pressionando os mercados globais.
Apesar da tensão internacional, o Federal Reserve manteve, também na quarta-feira, a taxa básica de juros dos EUA no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano, sinalizando possíveis cortes ainda em 2025. A autoridade monetária norte-americana indicou que continuará monitorando a inflação e o mercado de trabalho, mantendo o compromisso com a estabilidade econômica. A postura do Fed contrasta com o movimento mais agressivo do Banco Central brasileiro, refletindo as diferentes pressões econômicas enfrentadas pelas duas maiores economias do continente.