5,1 milhões no ano de 2020 -

João de Deus afirma que a educação infantil foi a mais afetada pela pandemia da Covid-19

O deputado estadual João de Deus (PT) comentou o estudo  “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil - um Alerta sobre os Impactos da Pandemia da Covid-19 na Educação”, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que apontou que o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil chegou a 5,1 milhões no ano de 2020.

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Para o parlamentar, a educação infantil foi o segmento mais afetado. “Houve graves prejuízos nas áreas econômica e social. A geração de emprego e renda foi prejudicada. A cultura teve grandes prejuízos. Com a educação não foi diferente. A educação infantil foi a mais sacrificada. Aprendemos a conviver com a tecnologia e com as aulas virtuais, porém dar aulas para criancinhas pelo meio virtual é extremamente complicado. Para a população, muitas vezes, já é difícil adquirir alimentos, imagine adquirir aparelhos como telefone, tablets e computadores. O acesso a Internet também é difícil”, analisa.

A dificuldade de acesso a esses recursos também foi observada pela pedagoga Glaucia Batista, professora da rede pública de ensino. “ As crianças das séries iniciais da rede pública, que é a realidade com a qual trabalho, estão sentindo um forte impacto. Geralmente, as famílias têm mais de um filho e eles assistem às aulas no mesmo horário. Há famílias que possuem somente um celular, que também é de uso pessoal do pai ou da mãe. Em algumas situações, uma criança usa o celular para as atividades, enquanto a outra espera. A Internet também é um problema, pois a maioria utiliza pacote de dados, o que limita o acesso”, relata a educadora.

O parlamentar acredita que a rápida disseminação do vírus impossibilitou a existência de um planejamento eficiente em relação à educação. “A chegada do vírus pegou a todos de surpresa. Isso deixou os estados e os municípios em situação difícil. Assim, não foi possível fazer um planejamento. Com o tempo esperávamos que houvesse um recuo da doença, mas veio uma nova onda e, com ela, mais situações não previstas”, afirma.

A professora Glaucia, que também é mãe de duas crianças, analisa que o acesso a recursos financeiros e tecnológicos pode minimizar os impactos da pandemia na educação infantil. “Sou mãe de crianças de 5 e 7 anos de idade. Também tive que me adaptar para fazer o acompanhamento escolar com os meus filhos. Foi preciso fazer um investimento na aquisição de um tablet e um notebook. Como eu tenho formação acadêmica em alfabetização de crianças, que é a idade em que os meus filhos se encontram, eles não sofreram tanto com essa situação. Eles sentem, porém, a falta dos colegas de classe e das interações coletivas”.

Ainda de acordo com o estudo, que foi realizado em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em 2020, o número de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos fora da escola chegou a 1,5 milhão. Além desse número, cerca de 3,7 milhões de crianças e adolescentes da mesma faixa etária estavam matriculados, porém não receberam nenhuma atividade escolar impressa ou digital. No total, 5,1 milhões ficaram sem acesso à educação no ano passado.

Para João de Deus, é necessário que se adotem providências para minimizar os prejuízos do período em que as crianças tiveram a rotina escolar prejudicada. “Com a vacina esperamos poder retornar às aulas presenciais e amenizar esse prejuízo do passado. Infelizmente, o prejuízo fica. Amenizá-lo é a grande questão. A criança que deixa de frequentar a escola na época certa terá uma defasagem que é contabilizada para o futuro”, finaliza.

Fonte: ALEPI

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