
Comissão aprova interrogatório direto a testemunha na justiça militar
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que propõe uma mudança nos processos militares. O projeto estabelece que, da mesma forma que ocorre nos julgamentos da justiça civil, o interrogatório das testemunhas será direto, sem intermediários. Segundo a proposta, a testemunha será inicialmente interrogada pela parte que a indicou, seja o Ministério Público ou a defesa, e em seguida, a parte com o posicionamento oposto fará as perguntas. As informações são Câmara dos Deputados.
Conforme o texto aprovado, a acusação e a defesa poderão ainda fazer perguntas ao final da oitiva. Só então o juiz e os juízes militares poderão complementar a inquirição, caso ainda haja pontos não esclarecidos.
O colegiado aprovou um substitutivo ao PL 6023/23, do deputado Junio Amaral (PL-MG). A proposta altera o Código de Processo Penal Militar, que hoje permite que os juízes militares comecem perguntando às testemunhas ou interrogando os acusados antes das partes.
O relator da proposta, deputado Rodrigo Valadares (União-SE), concordou que a inquirição conduzida diretamente pelo juiz, assumindo o protagonismo durante as audiências de instrução e julgamento, fere o espírito e os princípios da Constituição. "[O trecho do Código de Processo Penal Militar] permaneceu anacronicamente preso ao passado, clamando para se adequar aos novos tempos", disse.
Próximos passos
A proposta ainda será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.