Sua cadeira já foi Euclides -

Cacá Diegues é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras

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O cineasta Cacá Diegues é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Diretor de clássicos do cinema brasileiro como Bye Bye Brasil (1980) e autor de livros como Ideias e Imagens (1988), Diegues foi eleito nesta quinta-feira (30/08) para substituir o também cineasta Nelson Pereira dos Santos, falecido este ano, de quem era grande amigo. Ele vai ocupar a Cadeira 7, destinada anteriormente a nomes como o escritor Euclides da Cunha e o fundador da ABL, Valentim Magalhães.  

Cacá Diegues escreveu livros sobre cinema e outros temas. Os títulos mais recentes do autor são "Vida de Cinema", que traz 600 páginas sobre o Cinema Novo, e "Todo Domingo", uma coletânea de textos assinados por ele e publicados no jornal O Globo.

"Eu estou muito feliz, é uma honra e alegria muito grande ingressar em um centro de cultura contemporânea tão importante do Brasil. Quero valorizar e ajudar a ABL em tudo o que for possível", comemorou Diegues, que se considera um artista, mais do que cineasta e escritor. "Não há grande diferença entre escrever um roteiro para cinema e um romance em páginas de um livro", confidenciou.

Para Diegues, a lembrança de Nelson Pereira dos Santos, falecido em abril deste ano, e os atuais rumos da política cultural no Brasil agregam valor ao título recebido. "Estou muito honrado em ocupar o lugar do Nelson, que foi meu amigo e meu mentor, e contente por entrar na ABL durante a gestão de Sérgio Sá Leitão, a quem considero um grande ministro da Cultura".

Para o ministro Sá Leitão, a imortalidade concedida a Diegues é um reconhecimento não apenas a um escritor e cineasta, mas a um dos nomes mais importantes da cultura brasileira. "Ele merece estar entre os imortais. A inteligência e a criatividade que Diegues manifesta nas telas e nos livros já estão registradas na história cultural brasileira".   

Títulos e prêmios
As homenagens já recebidas por Cacá Diegues não são poucas. O cineasta e escritor foi reconhecido no Brasil e no mundo com títulos e premiações como Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres, do governo francês; o Prix de la Célebration du Centenaire du Cinématographe, do Instituto Lumière de Lyon; o Golden Reel Award, do Grupo HBO; o Lifetime Achievement Award, concedido pela cidade de Chicago; e o Prêmio Roberto Rosselini, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Associação Nacional dos Críticos de Cinema da Itália. Também foi eleito Personalidade do Cinema Latino-Americano pela Associação Internacional de Críticos (Fipresci), comendador da Ordem de Rio Branco, do governo brasileiro, e da Ordem do Mérito Cultural do Brasil.

Escrutínio secreto
Segundo o estatuto da Academia Brasileira de Letras, para alguém se candidatar à ABL é necessário ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da literatura, obras de reconhecido mérito ou de valor literário. Seguindo o modelo da Academia Francesa, a ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos. Além deste quadro, existem 20 membros correspondentes estrangeiros.

Os imortais são escolhidos mediante eleição por escrutínio secreto. Quando um acadêmico falece, a cadeira é declarada vaga na Sessão de Saudade, e a partir de então os interessados dispõem de dois meses para se candidatarem por meio de cartas enviadas ao presidente da entidade. A eleição transcorre 60 dias após a declaração da vaga.

Fonte: AsCom/MinC

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