
Viola Davis revela seu maior arrependimento profissional: Traí a mim mesma
Viola Davis, uma das mais renomadas atrizes do cinema, tem uma carreira marcada por papéis impactantes em filmes de grande destaque, como Um Limite Entre Nós, A Mulher Rei, As Viúvas e A Voz Suprema do Blues.
Viola Davis revelou, em entrevista à Vanity Fair em 2020, que se arrepende de sua participação no filme Histórias Cruzadas, lançado em 2011. O longa retrata a história de uma jovem aspirante a escritora que decide documentar as experiências de criadas negras que trabalhavam para famílias brancas durante o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960.
Embora reconheça que o filme tenha sido bem recebido e tenha divertido o público, a atriz compartilhou que sente que traiu a si mesma e à sua comunidade ao participar de um projeto que, segundo ela, não estava pronto para abordar toda a verdade sobre a realidade das personagens.

Viola Davis explicou que Histórias Cruzadas foi criado dentro do contexto do racismo sistêmico, como muitos outros filmes. Ela aceitou o papel na expectativa de que sua participação a destacaria, o que de fato ocorreu. No entanto, a atriz revelou que a narrativa do filme acabou gerando desconforto em muitos críticos. “Não consigo descrever o amor que sinto por essas mulheres e o amor que elas têm por mim”, disse, referindo-se à diretora Tate Taylor e ao elenco, que inclui Octavia Spencer, Emma Stone e Jessica Chastain. “Mas, como em qualquer filme, as pessoas estão prontas para a verdade?”, questionou.
O filme foi rodado em Greenwood, Mississippi, uma região com profundas raízes racistas. A poucos quilômetros de lá, em Money, o jovem Emmett Louis Till, um garoto afro-americano de 14 anos, foi sequestrado, torturado e linchado. Já na cidade vizinha de Indianola, foi fundado o primeiro Conselho de Cidadãos Brancos. Esse histórico de violência e discriminação, segundo Davis, contribui para o peso da narrativa do filme e suas implicações sociais.