Veja quem é Javier Milei, presidente eleito da Argentina
Javier Milei, de 52 anos, conquistou a presidência argentina neste domingo (19/11), após uma intensa disputa com seu adversário Sergio Massa. Com informações do SBT News.
O candidato, alinhado à extrema-direita e associado a figuras como Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos, recebeu apoios significativos após ficar em segundo lugar no primeiro turno, incluindo o ex-presidente argentino Mauricio Macri e Patricia Bullrich, a terceira colocada nas eleições.
Nascido em um ambiente modesto, filho de um motorista de ônibus que se tornou empresário e uma dona de casa, Milei cresceu em um lar marcado pela violência em Buenos Aires. Ele costuma dizer que "os pais estão mortos" devido ao contexto de agressividade doméstica, o que o levou a crescer como um jovem solitário.
Apesar de ter enfrentado bullying durante sua passagem pelo Colégio Cardenal Copello em Villa Devoto, Milei seguiu estudando economia na Universidade de Belgrano, onde obteve sua graduação. Autodeclarado "anarcocapitalista", lidera a coalizão "Liberdade Avança (Libertad Avanza)", que promove ideias ultraconservadoras no aspecto social e uma postura ultraliberal na economia.
Além de seus estudos em economia, Milei possui dois mestrados no Instituto de Desarrollo Económico e Social (IDES) e na Universidade Torcuato di Tella. Sua carreira inclui passagens como economista-chefe da Máxima AFJP, economista-chefe do Estúdio Broda e consultor governamental do Centro Internacional para a Arbitragem de Disputas sobre Investimentos, bem como economista sênior do HSBC.
O envolvimento mais próximo de Milei com a política ocorreu entre 1995 e 1999, quando atuou como assessor do general Antonio Bussi, governador de Tucumán, acusado de crimes "contra a humanidade". Apesar disso, Milei ganhou notoriedade a partir de 2015, criticando os governos de Cristina Kirchner, Maurício Macri e Alberto Fernández por gastos desenfreados.
Com ideias radicais expressas em comentários agressivos, associadas ao seu visual excêntrico e perfil enérgico, Milei ascendeu na política e, em 2021, candidatou-se a deputado nacional pela Câmara dos Deputados, pelo Libertad Avanza, buscando maior visibilidade para uma possível candidatura presidencial.
No campo político-ideológico, Milei defende posições contrárias ao aborto, inclusive em casos de abuso sexual, e planeja acabar com o Ministério da Mulher, se eleito. Ele nega a existência do aquecimento global e é contra o movimento LGBTQIA+. Suas propostas de campanha incluem a dolarização da economia, redução de gastos estatais, privatização de empresas públicas e o fim das verbas rescisórias para reduzir os custos trabalhistas.
Milei propõe a fusão dos ministérios da Saúde e da Educação para reduzir os gastos públicos, defende um sistema de educação privado e não obrigatório, com a criação de vouchers pagos pelo governo. Na área trabalhista, busca reduzir os impostos pagos por empregadores e salários dos trabalhadores, além de defender o fim das indenizações por demissões sem justa causa.
Uma de suas ideias mais controversas é relacionada à doação de órgãos, propondo o uso de "mecanismos de mercado" para resolver questões relacionadas a transplantes de órgãos.
Fonte: SBT News