
Presidente Lula inicia visita oficial a Moscou para aprofundar cooperação bilateral
O presidente Lula encontra‑se em Moscou para participar, nesta sexta‑feira (09/05), das cerimônias que marcam os 80 anos da rendição nazista à União Soviética, informação que repercute como um marco importante da Segunda Guerra Mundial. Críticos observam que, se demonstrasse afinidade com as democracias ocidentais, o chefe do Executivo brasileiro haveria preferido Londres ou Paris, onde será lembrada, nesta quinta‑feira (08/05), a capitulação do regime nazista aos Aliados ocidentais ocasião também propícia para homenagear os pracinhas brasileiros que combateram o nazifascismo na Itália.
O episódio de 1945 acelerou a substituição do império totalitário nazista por um regime comunista no Leste Europeu, estabelecido pela União Soviética e mantido até 1989, quando o Muro de Berlim foi derrubado. Aquela vitória, portanto, foi apenas o ponto de partida de uma nova dominação, desta vez sob controle soviético, cujo legado perdura na memória de conflitos ideológicos entre Oriente e Ocidente.
Analistas enxergam na escolha de Moscou um gesto simbólico ambíguo. Ao lado do presidente russo Vladimir Putin, Lula parece legitimar não só o passado soviético, mas também as pretensões imperialistas atuais de Moscou manifestas na invasão e tentativa de anexação da Ucrânia. Para o jornalista William Waack, o posicionamento contrasta com o sacrifício dos militares brasileiros que lutaram pela liberdade democrática durante a guerra.

Durante sua chegada, o presidente foi flagrado carregando o livro O Animal Social, de Elliot Aronson, obra de referência na psicologia social. Inicialmente interpretada como um “esquecimento” de integrante da comitiva, a imagem suscitou especulações sobre o interesse de Lula por reflexões sobre as “forças invisíveis” que moldam comportamentos coletivos tema central do autor americano.
Há quem atribua a sugestão de leitura ao marqueteiro Sidônio Palmeira, dado o uso frequente da psicologia social em estratégias publicitárias. Críticos, porém, afirmam que, no contexto brasileiro, a principal força que define escolhas políticas não é invisível, mas claramente identificável: a ignorância, segundo observação de comentaristas.