
Porta-voz russa demonstra disposição para diálogo sobre paz na Ucrânia
A Rússia afirmou estar disposta a debater uma proposta de paz para o conflito na Ucrânia, mas destacou que qualquer plano deve levar em conta as "realidades atuais" e as questões de segurança de Moscou. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, declarou nesta quinta-feira (13/03) que o país está aberto a conversas com os Estados Unidos sobre um possível acordo. Ela mencionou que os diálogos poderiam começar ainda hoje.

“Estamos preparados para discutir as iniciativas propostas em futuros contatos com os Estados Unidos. Esses contatos já são possíveis hoje”, disse Zakharova.
Esforços pela paz
No começo da semana, representantes dos Estados Unidos e da Ucrânia se reuniram pela primeira vez desde o desentendimento entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump na Casa Branca. O objetivo do encontro foi debater o futuro do conflito, que já dura três anos no leste da Europa.
Nos últimos meses, a diplomacia internacional tem se intensificado na busca por uma solução para a guerra. A ideia de um cessar-fogo surge em um momento de desgaste para ambos os lados: a Ucrânia enfrenta desafios no campo de batalha, enquanto a Rússia sofre pressão crescente da comunidade internacional.
Na terça-feira (11/03), após aceitar a possibilidade de uma trégua, Zelensky afirmou que a Ucrânia aguardava uma resposta oficial da Rússia. O presidente ucraniano ressaltou que a proposta aceita por Kiev prevê a interrupção dos combates em toda a linha de frente.
O anúncio ocorre em meio a um aumento dos esforços diplomáticos. Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou apoio a um cessar-fogo, desde que houvesse garantias de que a Ucrânia não usaria o período de trégua para fortalecer suas forças militares. Ele também rejeitou a presença de tropas da Otan como forças de paz na região.
“Aceitamos as propostas de cessar as hostilidades. Mas partimos do princípio de que esse cessar-fogo deve levar a uma paz duradoura e eliminar as causas originais desta crise”, afirmou Putin. O líder russo ainda agradeceu a países como o Brasil pelos esforços diplomáticos em busca de uma solução para o conflito.
Apesar da disposição para negociar, Moscou mantém condições rigorosas para um possível acordo, incluindo a neutralidade da Ucrânia e o reconhecimento das novas fronteiras estabelecidas pelo avanço russo no território ucraniano.
O governo ucraniano e seus aliados ocidentais insistem que qualquer negociação deve respeitar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, mantendo o impasse nas discussões diplomáticas.
Fonte: Metrópoles