Sistema eleitoral e instituições -

PGR apresenta denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe e ataque às instituições

A Procuradoria-Geral da República apresentou uma denúncia nesta terça-feira (18/02) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de liderar uma "organização criminosa" desde 2021, com o objetivo de incitar uma intervenção militar e promover um golpe de Estado para garantir sua permanência no poder, independentemente dos resultados das eleições presidenciais de 2022. A denúncia aponta que Bolsonaro e 33 outros envolvidos, incluindo ex-ministros e militares de alta patente, trabalharam para minar a confiança no sistema eleitoral e nas instituições democráticas.

Foto: Reprodução/Leobark Rodrigues/SecomPGR

De acordo com a PGR, a trama golpista foi alimentada por uma série de ações, incluindo pronunciamentos públicos de Bolsonaro e o apoio de seus aliados, que atacaram o sistema de votação eletrônico e desrespeitaram decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia destaca que o ex-presidente, a partir de 2021, passou a adotar um discurso agressivo contra a democracia, culminando em uma transmissão ao vivo em julho daquele ano, quando conclamou as Forças Armadas a intervir.

As investigações também revelam que, em 2022, Bolsonaro discutiu a elaboração de um decreto golpista, com a proposta de intervenção no STF e a convocação de novas eleições. Depoimentos de colaboradores, como o ex-ajudante de Ordens, Mauro Cid, confirmaram que Bolsonaro estava ciente do plano e participou ativamente da articulação. Além disso, uma cópia de um discurso supostamente preparado para o momento da consumação do golpe foi encontrada nas dependências do PL e no celular de Cid, reforçando a tese de que Bolsonaro tinha pleno controle da operação.

A defesa de Bolsonaro reagiu com veemência à denúncia, considerando-a "estarrecedora e indignante". Por meio de nota, o advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que o ex-presidente nunca apoiou qualquer ação contrária ao Estado Democrático de Direito ou às instituições que o sustentam, refutando as acusações da PGR.

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