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Marina Silva se lança a deputada, critica Bolsonaro e recebe Haddad no palco

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) lançou oficialmente neste sábado (2) sua pré-candidatura a deputada federal por São Paulo. Ela era cotada para ser vice na chapa de Fernando Haddad (PT) ao Governo de São Paulo.

O evento aconteceu com a presença de colegas e lideranças do partido, como Marina Helou, que também oficializou sua pré-candidatura a deputada estadual por São Paulo, o senador Randolfe Rodrigues, a pré-candidata a deputada federal Heloísa Helena, a deputada federal Joenia Wapichana e o deputado federal Túlio Gadelha.

Também participaram do lançamento da pré-candidatura ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), pré-candidato a governador por São Paulo; o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.

Em seu discurso, Marina Silva relembrou que visitou capital paulista em 1979 "só com uma passagem de vinda" para fazer um tratamento contra malária e hepatite.

Ela fez um paralelo entre ter a "sua vida salva" pelos médicos e se direcionou ao eleitorado paulista, para "salvar" minorias sociais e o meio ambiente.

"É o momento de pedir para São Paulo não salvar a minha vida individual, mas a de todos que estamos aqui, pedindo que nos ajude a salvar a vida da democracia, a vida dos biomas brasileiros, a vida das mulheres tão agredidas, como nós sempre vemos, e principalmente nos últimos dias, e dos jovens pretos de periferia que não tem um lugar no mundo."

A pré-candidata também disse que o Brasil vive uma guerra, diferente da que acontece entre Rússia e Ucrânia, em uma crítica à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Aqui no Brasil tem uma guerra em que todo momento tem míssil sendo lançado em cima do MEC [Ministério da Educação], outro em cima do Ministério da Saúde, outro em cima do Vale do Javari, tirando a vida do Dom, a vida do Bruno e de tantos que tombaram nessa luta", afirmou.

O evento de pré-candidatura homenageou personalidades que lutaram pelo meio ambiente, como o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mortos em junho no Amazonas, e o ambientalista Chico Mendes, amigo de Marina Silva.

Marina afirmou que o apoio a Fernando Haddad ocorreu "após uma discussão" entre as lideranças do partido. O pré-candidato petista fez um rápido discurso em que falou da admiração que tem por Marina Silva.

Haddad era ministro da Educação e Marina comandava a pasta do Meio Ambiente na gestão Lula. "É motivo de orgulho para os paulistas poder contar com uma deputada federal da estatura da Marina", disse.

Ao discursar novamente para o eleitor paulista, a Marina fez menção a Eduardo Suplicy, criador da renda básica de cidadania –que prevê o pagamento de um valor igual para todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país há pelo menos cinco anos. Ela declarou estar "100% comprometida" com o programa elaborado por Suplicy.

"É triste verificar que uma pessoa com mais de 80 anos, que dedicou mais de 40 anos de sua vida a um programa de renda mínima, depois de andar um pouquinho para frente, termos 33 milhões de pessoas pobres, e só nessa cidade mais rica [São Paulo] termos 40 mil pessoas em situação de rua", disse, em relação ao agravamento da pobreza no país nos últimos anos.

Formada em História, e com especialização em Psicopedagogia e Teoria Psicanalítica, Marina Silva nasceu em Rio Branco, no Acre, tem 64 anos e é professora e ambientalista.

Marina foi senadora pelo Acre entre 1995 e 2011, ministra do Meio Ambiente na gestão Lula (PT), entre 2003 e 2008, e concorreu três vezes à presidência da República. Ela foi filiada ao PT, PV, PSB e fundou a Rede em 2013.

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