Aprovação de projeto -

Lula diz que falta de base no Congresso o obriga a conversar com quem não gosta do governo

O presidente Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira (2) que, como sua base de apoio no Congresso é insuficiente para a aprovação de projeto, o governo precisa conversar com adversários para conquistar votos.

A fala vem após uma série de derrotas na Câmara e um sufoco para aprovar a MP (medida provisória) que organiza, com revezes para o governo, a estrutura dos ministérios.

A uma plateia de estudantes, na Universidade Federal do ABC, Lula afirmou que é preciso saber a correlação de forças no Congresso.

"A esquerda toda tem no máximo 126 votos, isso se ninguém faltar. Mas, para votar uma coisa simples, precisamos de 257. É preciso que vocês saibam o esforço para governar. Não é só ganhar eleição."

"Precisa passar o tempo inteiro conversando para aprovar uma coisa. Tem que conversar com quem não gosta da gente, com quem não votou da gente", disse nesta sexta-feira (2), em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.

Ele esteve na Universidade Federal do ABC, criada no primeiro mandato do petista, para inaugurar um prédio de laboratórios.

Os 22 laboratórios de pesquisa científica e inovação tecnológica tiveram custo de R$ 28,6 milhões -R$ 13,6 milhões foram bancados pelo governo federal, R$ 3,1 milhões pelo Finep (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e outros R$ 11,9 milhões por emendas da bancada paulista e de deputados do PT e PSOL.

Em seu discurso Lula também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse jamais imaginar que o fascismo voltaria ao país. "É uma guerra que temos que fazer, é a famosa guerra entre o bem e o mal. Não é guerra entre esquerda e direita. Quem gosta de democracia e quem não gosta", disse.

Lula estava acompanhado dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Márcio França (Portos e Aeroportos), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Renan Filho (Transportes) e Cida Gonçalves (Mulheres), além da da secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB).

Apoiador de Bolsonaro, Morando foi vaiado pela plateia de estudantes. Já Haddad, que foi ministro da Educação de Lula, foi ovacionado, apesar dos protestos contra o arcabouço fiscal.

Os estudantes seguravam folhas com dizeres variados, como "Não ao arcabouço fiscal", "Fora Lira" e "Revogação do Novo Ensino Médio".

Em seguida, o presidente inaugura um prédio na fábrica da Eletra Tecnologia, empresa de ônibus elétricos, também em São Bernardo do Campo. A fábrica terá capacidade para produção de 150 ônibus elétricos por mês e deve gerar cerca de 500 vagas de trabalho em dois anos.

Ainda nesta sexta, Lula vai almoçar com aliados no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC antes de voltar para Brasília.

Depois da inauguração na UFABC, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, participa de um evento do núcleo de gênero da universidade, ao lado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

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