ENTREVISTA -

Elmano tenta despertar 'bancada' para atuar por Teresina

Em seu pronunciamento durante entrevista na manhã desta quinta-feira (11), o prefeito de Teresina, Elmano Ferrer, apenas confirma o que já vínhamos falando há muito tempo: que o governo federal não dá ao Piauí a atenção devida; ou ao menos a mesma atenção que confere a outros estados, como Ceará e Maranhão, de que somos vizinhos.

De acordo com o prefeito, que demonstrou indignado em sua fala, estamos há muito carecendo de obras de infraestrutura na área urbana da capital, dentre as quais o alargamento de rodovias federais que cortam a cidade em vários pontos, em pelo menos 30km de extensão, e provocam um caos no trânsito no cruzamento com as vias locais.

Isso acontece em rotatórias como na Ladeira do Uruguai, exatamente no início da avenida João XXIII; no cruzamento da BR-316 com a avenida Miguel Rosa e, mais adiante, com a Barão de Gurguéia e Henry Wall de Carvalho; sem contar com o trajeto ao largo do Grande Dirceu. Os acidentes são tantos que até se perde a conta - e os aborrecimentos cotidianos transcendem a simples irritação e geram prejuízos de vários tipos.

Um deles é que muita gente tem que sair mais cedo para chegar a tempo na escola dos filhos e no próprio trabalho, isso quando não acontece algum abalrroamento, porque neste caso não vai adiantar mesmo sair mais cedo. O prefeito disse com todas as letras que em outras capitais o governo federal sido bastante atencioso, o que não é o caso de Teresina, que aqui e ali recebe alguma obra, mas que não dá para fazer frente ao grande desenvolvimento que a cidade encontra em outros setores.

Centenas de empresas se instalaram e outras vieram de fora, ampliando a base econômica teresinense. Com isso, muitos empregos foram gerados nas últimas décadas. Muita gente melhorou de vida e pôde adquirir casa ou apartamento e ter o seu próprio carro. São quase 200 mil veículos circulando pelas suas ruas e avenidas.

O prefeito tem razão em reclamar. Não é possível vivermos numa cidade "estrangulada" pela incapacidade dos nossos políticos em gerar os resultados que esperamos. Elmano Ferrer disse com clareza que a culpa de tudo isso é dos políticos. Prefeito, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores e até do governador. Isso porque todos têm compromisso de defender a cidade, outros porque estão nas vias próprias de fazer a defesa lá em cima. Neste caso, temos os deputados federais e senadores.

Mas o que fazem estes senhores?! Eles ficam o tempo inteiro pertinho do poder. Não se cansam da famosa bajulação ao governo, e não importal qual seja o governo nem a que partido pertença. O que eles querem é dizer que são governistas e que estão ao lado de quem realiza pela população. Mas realiza o quê?! Nossos parlamentares federais, em sua maioria, são conhecidos como "a bancada do amém". Não fazem outra coisa a não ser dizer "amém" para o governo.

Elmano Ferrer terá muita dificuldade para convencê-los do contrário. Não vai adiantar dizer que são válidos os esforços para desenvolver Teresina e que a população ficará muito agradecida. Eles estão pouco se lixando para a população; querem apenas os votos e a possibilidade de estar perto do poder, porque aí poderão barganhar os cargos, a famosa "boquinha da noite", como diria o ex-deputado Juarez Tapety: todos querem apenas a "coisinha".

Faz bem o prefeito em espernear. E deve continuar a fazê-lo pelo tempo que lhe resta de mandato. Ele mesmo foi a Brasília, ao gabinete do ministro dos Transportes, acompanhado de seu fiel escudeiro João Henrique Sousa, secretário de Governo, e do chefe, senador JVC. Foi encaminhado apelo para execução de obras de duplicação das rodovias federais que passam "por dentro" de Teresina. Isso aconteceu em abril, logo depois de ser empossado no cargo. Já estamos em novembro, ou seja, sete meses transcorreram sem qualquer providência.

Para nós, determinadas providências costumam demorar muito - e outras nunca acontecem. Esperemos que Elmano esteja trilhando pelo caminho certo e consiga sensibilizar deputados federais, senadores e até mesmo autoridades do governo federal, de quem ele se disse, recentemente, bem próximo, por meio do ministro das Relações Institucionais, Vicente Padilha. Vamos ver se Padilha corresponde aos fatos.

Fonte: None

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