
Dudu afirma que convocações na CPI serão firmes e não aceitará enrolação da Prefeitura de Teresina
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o rombo bilionário nas contas da Prefeitura de Teresina realizou, nesta quarta-feira (02/07), uma reunião de alinhamento entre os parlamentares no plenarinho da Câmara Municipal. Estiveram presentes o presidente da CPI, vereador Dudu (PT); o relator, vereador Fernando Lima (PDT); e os membros Luis André (PL), Juca Alves (PRD) e Fernanda Gomes (Solidariedade).
Durante o encontro, os vereadores organizaram o calendário das oitivas que devem começar nos próximos dias e aprovaram os primeiros nomes a serem convocados. O atual secretário de Finanças será o primeiro a prestar depoimento à comissão.

O vereador Dudu foi enfático ao criticar o que chamou de “jogo de empurra” entre secretarias municipais, que têm dificultado o acesso da CPI a documentos e informações solicitadas. “Vamos ouvir o secretário de Finanças para que ele traga as informações pedidas. E também vamos questionar esse comportamento de secretarias jogando a responsabilidade uma para a outra. Se continuar assim, todos serão convocados”, afirmou.
Segundo ele, a comissão já enfrentou situações em que a Secretaria de Administração apontou a de Planejamento como responsável por dados específicos, e vice-versa. O parlamentar destacou que esse tipo de desencontro não será aceito pela CPI. “Aqui não vamos permitir esse tipo de confusão. Temos prazos, temos responsabilidade e precisamos de respostas claras”, pontuou.
Além do secretário de Finanças, os secretários de Administração e Planejamento também já tiveram suas convocações aprovadas. A comissão ainda avalia ouvir representantes de empresas credoras e instituições financeiras ligadas ao déficit declarado pela atual gestão municipal, que pode chegar a R$ 3,6 bilhões.
Um dos focos centrais da investigação está nas dívidas relacionadas a encargos obrigatórios. Dudu destacou, com preocupação, a existência de R$ 40 milhões em débitos com o INSS e R$ 5 milhões com o FGTS. “Se a Prefeitura recolheu e não repassou, isso é apropriação indébita. Isso é crime, é cadeia”, afirmou.
Outro ponto crítico envolve os empréstimos consignados. Segundo o vereador, há indícios de que cerca de R$ 220 milhões foram descontados de servidores, mas não foram repassados às instituições financeiras. “Queremos saber se esse débito existe, onde está e quem é o responsável”, declarou.
Dudu reforçou ainda que todos os depoentes oficiais serão convocados, e não convidados: “Convite é para festa. Aqui é convocação. Quem for autoridade, virá por convocação formal”, finalizou.
A expectativa é que, com o início das oitivas, novas informações venham à tona e ampliem o alcance da investigação. A CPI tem prazo inicial de 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para concluir os trabalhos.