Alvo da PF aponta “leilão” entre desembargadores na venda de sentenças
Na operação da Polícia Federal que investiga a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), o advogado Felix da Cunha mencionou um “leilão” entre desembargadores para a comercialização de decisões judiciais. A informação veio à tona em mensagens trocadas entre Felix e o servidor do TJMS Danillo Moya Jerônimo, datadas de 6 de abril de 2021. Com informações de Metrópoles.
Na conversa, Felix se referiu a um “leilão danado”, indicando que cada desembargador estava buscando obter o maior benefício. "To ticado hum julgamento das 14 hrs de hj sai agirá do tj vou faturar por 3×2 … Pqp leilão danado kkkk … Cada um quer mais que o outro", escreveu o advogado.
Dois dias após essa troca de mensagens, Felix confirmou o resultado do julgamento e mencionou que estava prestes a sacar o pagamento destinado ao servidor. Essa sequência de diálogos levou a Polícia Federal a realizar mandados de busca e apreensão contra Felix na quinta-feira (24/10), enquanto Danillo foi afastado de suas funções.
A operação, chamada Ultima Ratio, investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsificação de documentos no Judiciário de Mato Grosso do Sul. Além dos servidores públicos e advogados envolvidos, cinco desembargadores da Corte foram afastados por 180 dias, incluindo o presidente Sérgio Fernandes Martins.
Os desembargadores afastados, como Vladimir Abreu da Silva e Alexandre Aguiar Bastos, terão que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessar órgãos públicos ou se comunicar com outros investigados. A PF cumpriu 44 mandados de busca, abrangendo também advogados e empresários que supostamente se beneficiaram do esquema, além de um juiz de primeira instância e dois desembargadores aposentados.