Agora, governo pode falar toda -

Agora, governo pode falar toda a verdade. Ou não?!

Silvano Alencar está na “Folha de S.Paulo”. Ele é secretário de Fazenda do Piauí. Foi chamado às pressas no governo de Wilson Martins para substituir Franzé Alves. O ex-secretário mal via chegar a hora de entregar o cargo.

Ele encontrou muita bagunça nas finanças do estado mas não podia falar publicamente sobre isso e ficava arretado toda vez que saía matéria de jornal mostrando a realidade. Era chamado em Karnak e cobrado sobre explicações que ele próprio não tinha.

Por isso, quando encerrou o mandato de W. Dias, a primeira coisa que ele fez foi chegar para o atual governador e dizer: “Agradeço pelo convite, mas não tenho condições de permanecer, prefiro cuidar de minha vida.”

Silvano topou o desafio. E parece que fez a lição de casa. Com muita dificuldade, ele tocou o barco durante a campanha. Diga-se de passagem, tornou-se um personagem burocrático, longe dos holofotes da mídia.

Em certos instantes, verdadeiro, até onde o cargo lhe permitia. Durante a campanha seria fatal qualquer vazamento sobre instabilidade. Mas agora a coisa é diferente. Pode-se falar a verdade com todas as letras.

Não é preciso esconder nenhum detalhe. Não é preciso medir as palavras porque não haverá mais cobrança do eleitorado, nem agora nem nunca. A próxima eleição acontece apenas daqui a quatro anos.

Wilson Martins não disputará mais o governo. Apresentará um candidato que não terá compromisso com essa parte da história. Sem falar que a memória do eleitorado piauiense é muito curta – e todos parecem gostar do desafio da incerteza.

Na “Folha”, diz-se que os estados e municípios serão prejudicados por queda substancial nos repasses da União. Afirma-se que há risco de atraso do 13º salário em alguns estados e que os cortes de despesas são necessários – melhor dizendo, são vitais. No Piauí, informa-se, estaria sendo cortado até gasto com os combustíveis.

Silvano Alencar foi entrevistado. Ele declarou o seguinte, às jornalistas Luiza Bandeira e Estelita Hass Carazzai: “Foram feitos cortes em diárias, combustíveis, locação de veículos e contratação de terceiros. Os investimentos foram afetados. A gente gostaria de fazer estrada, energia elétrica, e não tem o mesmo ritmo. É a mesma coisa da casa da gente: quando tá apertado a gente tira o lazer e vai cortando.”

Durante a campanha foi dito que o governo estava fazendo estrada. Foi dito que o governo estava implantando energia elétrica. Foi apresentado aos eleitores um ritmo administrativo vigoroso, comparável apenas ao período do “Milagre Brasileiro”, no começo dos anos 70, quando tínhamos dinheiro em grande quantidade para atender toda e qualquer demanda.

Silvano tem um histórico confiável. O governo ao qual serve, nem sempre.

Fonte: None

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