“diversionismo político” -

Absolvido, assessor de Bolsonaro critica procuradores por denúncia de racismo

Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República, criticou nesta terça-feira (19/10) os procuradores do MPF no DF que lhe denunciaram por racismo em junho. Na semana passada, o auxiliar de Jair Bolsonaro foi absolvido pela Justiça Federal do DF por gestos que fez no Senado em março. Martins também contou que, no episódio, ouviu de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, que a acusação parecia ser “diversionismo político”. As informações são do Metrópoles.

“A iniciativa do MP é um pouco difícil de explicar. Se você olhar para o histórico desses promotores, já há outras ações contra o governo. E manifestações nas redes sociais indicam uma certa posição pelo menos crítica ao governo, o que seria natural se isso não extrapolasse para a atuação deles no âmbito funcional”, disse Martins, em conversa com a coluna. O assessor do Planalto foi ao lançamento em Brasília do filme “Nem tudo se desfaz”, dirigido por Josias Teófilo, que conta a ascensão de Jair Bolsonaro.

A denúncia do MPF foi assinada pelos procuradores Guilherme Guedes Raposo, João Gabriel Morais de Queiroz e Melina Castro Montoya Flores.

Em 24 de março, Martins foi acusado por senadores de ter feito um gesto associado a supremacistas brancos no Senado, às costas de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa. Nessa sessão, o então chanceler Ernesto Araújo falava sobre a pandemia.

Em maio, o assessor foi indiciado pela Polícia do Senado. No mês seguinte, foi denunciado pelo MPF e teve a denúncia aceita pela Justiça Federal do DF. Na última semana, contudo, foi absolvido.

Segundo Martins, no dia do gesto no Senado, Rodrigo Pacheco havia lhe dito que a acusação de seus colegas parecia ser um “diversionismo político”. Disse Martins, narrando o diálogo com Pacheco no dia do episódio no Senado:

“Eu me apresentei ao Pacheco, me coloquei à disposição para dar explicações. Ele me disse: ‘Não é necessário, parece mesmo ser diversionismo político, a sessão foi um pouco tensa. Mas preciso dar uma satisfação. Então, o que vamos fazer é buscar um esclarecimento junto à autoridade policial legislativa”, relatou o auxiliar de Bolsonaro.

Ainda de acordo com o assessor, ele obteve versões favoráveis do chefe da Segurança de Pacheco e de um integrante da Mesa Diretora do Senado.

“Todas as testemunhas que presenciaram foram favoráveis ao que eu disse, inclusive o chefe da Segurança do Pacheco, secretário da Mesa. A única coisa que tinha ali era a alegação dos parlamentares. Mesmo no Senado, eu ouvia de agentes que era um caso muito político”, seguiu Filipe Martins, acrescentando:

“Já esperava que a absolvição ia acontecer. Me demandou muito, houve um desgaste de imagem. Todo o episódio foi claramente político. O juiz foi muito correto”.

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