
Abelhas sem ferrão e mulheres com garra: agricultoras de Jacobina do PI iniciam na meliponicultura
Quinze mulheres agricultoras familiares de Jacobina do Piauí deram, nesta terça-feira (06/05), um passo para autonomia econômica e à preservação ambiental. O grupo participou de um intercâmbio técnico em Teresina promovido pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), com o objetivo de aprender sobre a meliponicultura — a criação de abelhas sem ferrão para produção de mel e outros derivados.
A visita teve como destino o meliponário Amorim Abelhas, no bairro Morros, zona Leste da capital, onde as agricultoras foram recebidas por especialistas da Associação de Meliponicultores do Estado do Piauí (AME-PI). Lá, além de observar de perto o funcionamento do sistema de criação, elas participaram de palestras e oficinas práticas ministradas pelo presidente da entidade, Raimundo Amorim, e pela bióloga Sandra Sousa.

Mais do que gerar renda, a meliponicultura contribui para a conservação da biodiversidade, já que essas abelhas são polinizadoras fundamentais de várias espécies nativas. Segundo Sandra Sousa, a escolha de fomentar o protagonismo feminino na atividade tem uma razão simbólica e prática: “Na colônia de abelhas, quem faz tudo são as fêmeas. Nada mais justo do que incentivar mulheres a também liderarem esse trabalho fora das colmeias”.
As agricultoras integram a Associação de Mulheres Flor de Mandacaru e, segundo o diretor de Fomento a Cadeias Produtivas da SAF, Alionardo Santiago, o intercâmbio nasceu a partir de um pedido direto do grupo. “A secretária Rejane Tavares apoiou a demanda e sugeriu que elas conhecessem in loco uma estrutura de sucesso antes de começarem a implantação em Jacobina”, explicou.
O meliponicultor Raimundo Amorim destacou que o aprendizado vai muito além do mel. “Elas entenderam o potencial de produtos como própolis, cerume e até do samburá, além da importância de mapear as espécies nativas da região, como a tiúba”, disse.
Animada com a experiência, a agricultora Jucirene Sousa já vislumbra a implantação das primeiras colmeias sem ferrão. “É mais tranquilo que a apicultura tradicional, dá pra fazer perto de casa, com a família, e ainda ajuda o meio ambiente”, contou.
Fonte: Governo do Estado