Um dos alvos da investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o dentista Vitório Campos da Silva, de 73 anos, está sendo procurado pelas autoridades após romper a tornozeleira eletrônica que usava como condição de sua liberdade provisória. Segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, o monitoramento do equipamento foi interrompido em 19 de março, e desde então o acusado não atende às chamadas do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica.

Vitório havia sido preso em maio de 2023 por envolvimento direto na invasão e destruição de espaços públicos, entre eles o gabinete da primeira-dama Janja Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Apesar da prisão, obteve liberdade provisória meses depois, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob medidas cautelares que incluíam o uso do equipamento de monitoramento.

Natural de Conceição das Alagoas (MG), o dentista foi reconhecido pelas autoridades graças à análise minuciosa de imagens que o colocam em meio às depredações. Um detalhe aparentemente discreto — os óculos — teve papel fundamental no processo de identificação. O acessório, associado ao formato do rosto, presença de bigode e demais traços físicos, permitiu à Polícia Federal estreitar a ligação entre ele e os vídeos obtidos durante os atos antidemocráticos.

Foto: Reprodução

Vitório Campos da Silva

Nas redes sociais, Vitório já havia demonstrado posicionamentos radicais. Em uma publicação anterior aos eventos, ele defendia abertamente uma intervenção militar como solução para prender autoridades do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, o que corrobora a linha de investigação da PF sobre sua motivação ideológica.

Agora considerado foragido, Vitório Campos da Silva é mais um entre os réus dos atos golpistas que descumpre medidas judiciais.