A Polícia Federal (PF) informou que apreendeu um pen drive contendo informações detalhadas sobre a execução de um plano golpista com o objetivo de impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final de 2022, e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Foto: Marcos Corrêa

De acordo com a investigação da PF, o material revela uma tentativa de anular os resultados das últimas eleições presidenciais. Os documentos, parte da Operação Luneta, foram divulgados nesta semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No pen drive, foi encontrada uma planilha detalhada que listava "fatores estratégicos de planejamento" organizados em colunas intituladas "fato", "dedução" e "conclusão". Entre os trechos mais preocupantes, estava o planejamento da prisão de ministros do STF, com ênfase em Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Moraes foi descrito como um “gerador de instabilidade”.

Além disso, o material apreendido continha informações semelhantes às encontradas com outros investigados, incluindo estratégias para criar narrativas falsas que desacreditassem o sistema eleitoral. O objetivo seria garantir a permanência de Bolsonaro na Presidência da República com uma aparência de "legitimidade".

Os documentos também indicam que o grupo, chamado de "kid preto", planejava construir uma estrutura jurídica em parceria com o Superior Tribunal Militar (STM). Essa colaboração daria uma suposta "legalidade" às ações criminosas, de acordo com as informações extraídas do pen drive.

Um dos trechos do relatório da PF detalha o plano operacional, cuja missão era "restabelecer a lei e a ordem" sob a justificativa de retomar a "legalidade, segurança jurídica e estabilidade institucional". O plano alegava combater uma suposta ameaça que, sob a bandeira da defesa da democracia, buscaria controlar os três poderes e implementar um projeto de poder alinhado a ideologias de esquerda.

Os objetivos do plano incluíam:

Realizar novas eleições.

Emitir mandados de prisão contra pessoas acusadas de irregularidades no processo eleitoral.

Propagar narrativas de fraude eleitoral.

Convocar as Forças Armadas para executar as medidas propostas.

Prender ministros do STF.

Essas revelações reforçam a gravidade da tentativa de golpe e os esforços para desestabilizar a ordem democrática no Brasil.