
PF que falou em “cortar cabeça” de Moraes tenta adiar julgamento no STF
A defesa do policial federal Wladimir Soares solicitou o adiamento do julgamento do chamado “Núcleo 3” da suposta trama golpista, previsto para começar na próxima terça-feira (20) no Supremo Tribunal Federal. O pedido foi apresentado após a divulgação de áudios em que o agente afirma estar “preparado para prender” o ministro Alexandre de Moraes, além de declarar que ele “deveria ter a cabeça cortada”.
Os áudios foram recuperados pela Polícia Federal a partir do backup do WhatsApp no computador de trabalho de Soares. As mensagens revelam uma postura abertamente hostil e golpista do agente após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em trechos do diálogo, ele chega a dizer que “mataria meio mundo de gente” caso o plano fosse levado adiante.

O policial é um dos 12 acusados pelo Ministério Público no que foi denominado "Núcleo 3", que reúne integrantes das forças de segurança supostamente envolvidos na conspiração contra o Estado Democrático de Direito. A denúncia é analisada pela Primeira Turma do STF.
A defesa, feita pelos advogados Luiz Carlos Magalhães e Ramón Mas Gomez Júnior, alegou que precisa de mais tempo para complementar a resposta à denúncia da PGR, com o objetivo de apresentar justificativas e indicar testemunhas. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, indeferiu o pedido, sustentando que os elementos divulgados agora não são novos e não alteram o conteúdo da acusação.
O julgamento segue mantido, e Wladimir Soares poderá se tornar réu, ao lado dos demais envolvidos, por envolvimento em tentativa de ruptura institucional.