
OAB abre investigação contra advogado preso por ligação com o PCC
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou a abertura de um procedimento disciplinar para apurar a conduta do advogado Leandro Cordasso, preso no último dia (29/04 durante uma operação da Polícia Federal. Cordasso é acusado de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e participação ativa em um esquema de tráfico internacional de drogas.
De acordo com as investigações, o advogado teria contratado o velejador brasileiro Flávio Fontes para transportar cocaína da América do Sul para destinos na Europa e na África. As drogas eram escondidas em embarcações do tipo veleiro, com o objetivo de dificultar a detecção pelas autoridades internacionais. Fontes foi preso na Flórida, nos Estados Unidos, e, em depoimento à Justiça americana, confirmou que recebeu pagamentos de Cordasso para realizar os transportes.

Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça brasileira revelaram que os dois se comunicaram por telefone em pelo menos 179 ocasiões durante o período das viagens marítimas. A Polícia Federal acredita que Cordasso tinha papel logístico e financeiro dentro da estrutura criminosa.
Diante da gravidade dos fatos, a OAB decidiu instaurar uma investigação interna para apurar possíveis violações ao Código de Ética da Advocacia. Caso as acusações se confirmem, Cordasso pode ser punido com sanções que vão desde suspensão até exclusão definitiva dos quadros da Ordem.
A OAB também manifestou publicamente sua preocupação com o uso da profissão para facilitar atividades ilícitas e reforçou que não compactua com condutas que comprometam a integridade da advocacia. "Advogado não está acima da lei. A instituição será firme na apuração e responsabilização de eventuais desvios éticos e criminais", disse um representante da entidade.
O caso reacende o debate sobre a infiltração do crime organizado em setores profissionais e reforça a necessidade de mecanismos mais eficazes de controle e fiscalização por parte das instituições responsáveis.