
Ministra Cármen nega pedido de Bolsonaro para anular inquérito das vacinas
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular a investigação sobre fraude no cartão de vacinação dele e de sua filha mais nova. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (03/02). Com informações do Metrópoles.
A defesa de Bolsonaro havia ingressado com um mandado de segurança em dezembro de 2024 contra atos dos ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, alegando irregularidades na instauração e condução do inquérito. O pedido também questionava a imparcialidade de Moraes na relatoria do caso.
No entanto, a ministra Cármen Lúcia rejeitou os argumentos, destacando que o prazo para solicitar o mandado de segurança havia expirado e que não há previsão legal para contestar decisões de ministros do STF, salvo em casos excepcionais de flagrante ilegalidade.
A investigação teve início em maio de 2023, com a Operação Venire da Polícia Federal, que apura uma suposta falsificação de dados sobre a vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Segundo a PF, a fraude teria ocorrido antes da viagem de Bolsonaro e sua família aos Estados Unidos no final de 2022.
O ex-presidente, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) foram indiciados por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.
Até o momento, a defesa de Bolsonaro não se pronunciou sobre a decisão.

CGU vê fraude
A Controladoria-Geral da União (CGU), em janeiro de 2024, também identificou fraude nas informações do cartão de vacina de Bolsonaro no portal estadual de vacinação de São Paulo, o Sistema VaciVida, mas não apontou suspeitos.
A CGU concluiu que o funcionário que era responsável pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo, local que o ex-presidente teria suspostamente se vacinado, afirmou que Bolsonaro nunca esteve no posto e que servidores da UBS negaram ter recebido pedidos para registrar a imunização do então presidente.
Além disso, a CGU concluiu que o lote da vacina que o ex-presidente teria supostamente tomado, não estava disponível na data da vacinação na UBS do Parque Peruche.