As primárias argentinas -

Javier MIlei venceu as “primárias” na Argentina. Saiba o que é esse instituto que não existe no Bras

O cenário político da Argentina ganhou destaque internacional quando as primárias do país latino-americano revelaram um resultado surpreendente, com o ultraconservador Javier Milei liderando os votos. Essas primárias argentinas, conhecidas como Paso (Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), despertaram atenção não apenas pelo inesperado desfecho, mas também pelo formato peculiar desse processo eleitoral, que é único no mundo e existe desde 2011.

Nas primárias argentinas, a votação é obrigatória para todos os cidadãos aptos a votar. Diferentemente das primárias tradicionais em outros países, como França e EUA, onde apenas afiliados de partidos escolhem os candidatos de suas siglas, na Argentina, todas as siglas passam pela votação no mesmo dia. Mesmo que um partido tenha apenas um candidato concorrendo à presidência ou haja consenso dentro da sigla, as primárias são obrigatórias para todos os partidos.

O funcionamento das primárias argentinas envolve todos os eleitores sendo convocados para votar no mesmo dia, como ocorreu neste domingo. Ao chegar ao local de votação, cada eleitor encontra distintas cédulas, cada uma representando um partido diferente. O eleitor escolhe a cédula do grupo político de sua preferência e vota nas primárias daquela agremiação. Para avançar na corrida presidencial, todos os candidatos que participam das primárias precisam obter pelo menos 1,5% dos votos, tornando-se elegíveis e eliminando os partidos com resultados abaixo desse limiar. Assim, as primárias definem, na mesma época, o candidato de cada legenda.

Historicamente, as primárias servem como um ensaio para as eleições gerais e um indicador de quem tem chances reais de vencer. No entanto, não é garantido que o vencedor das primárias seja o candidato eleito à presidência, como visto nas eleições passadas. Com os resultados das primárias em mãos, os candidatos "pré-eleitos" podem concorrer às eleições presidenciais, que acontecem em outubro. Semelhante ao Brasil, a votação na Argentina pode ter um segundo turno em novembro, cenário que as principais projeções indicam como provável.

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