Supremo Tribunal Federal -

Doria condena tentativa de golpe, mas defende que Bolsonaro não seja preso

O ex-governador de São Paulo, João Doria, afirmou ser contrário à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro no contexto do julgamento que apura a tentativa de golpe de Estado investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante entrevista concedida nesta quarta-feira (11/06) ao programa CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, Doria classificou como grave o episódio de ruptura institucional, mas ponderou que uma eventual prisão poderia intensificar a polarização política no país. “A defesa da democracia está acima de qualquer vontade política”, afirmou.

Foto: Ed Alves CB/DA PressDoria condena tentativa de golpe, mas defende que Bolsonaro não seja preso

Doria destacou que, embora discorde veementemente da condução do governo Bolsonaro, sobretudo durante a pandemia, entende que uma pena de prisão neste momento poderia ter efeito contrário ao desejado pela Justiça. Para ele, a medida poderia transformar Bolsonaro em mártir aos olhos de seus apoiadores, o que agravaria ainda mais o clima de radicalismo e divisão no país. “Seria colocado como martírio e ativaria ainda mais a tensão divisionista no Brasil”, avaliou.

O ex-governador elogiou a condução do ministro Alexandre de Moraes nos depoimentos do processo, ressaltando a postura equilibrada e serena do magistrado. Doria também reconheceu a gravidade dos atos antidemocráticos, mas defendeu que o STF considere, além dos aspectos legais, o atual sentimento da população diante do cenário político. Para ele, o contexto social deve ser levado em conta ao se decidir sobre uma medida tão extrema quanto a prisão de um ex-presidente.

Por fim, Doria destacou que, em um ano pré-eleitoral, decisões judiciais de forte impacto político devem ser tomadas com cautela para não acirrar ainda mais os ânimos. “Talvez aqui eu coloque mais sentimento do que lei, mas entendo que o STF deve avaliar o sentimento do país. Não seria contributivo imaginar Bolsonaro enclausurado em pleno ano pré-eleitoral”, concluiu.

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