
André Rocha destaca importância da mineração e do diálogo com movimentos sociais
Durante o evento “Transformando a Mineração no Piauí: Apresentação de Propostas para o Setor”, realizado nesta sexta-feira (31/01), André Rocha, extensionista do Instituto de Matéria, engenheiro e atual diretor de Assistência Técnica de Extensão Rural da Secretaria do Estado, trouxe dois pontos cruciais para o debate sobre o futuro da mineração no Piauí. O foco de sua fala foi a importância de fortalecer a mineração do calcário e a necessidade de uma maior inclusão dos movimentos sociais, especialmente dos agricultores familiares, nas discussões sobre os impactos da mineração.

Rocha iniciou sua intervenção destacando os dados apresentados sobre a mineração no estado, com ênfase na extração de ferro, mas chamou a atenção para a importância do calcário, especialmente para a agricultura. “Eu acho que seria interessante pensar também em um fortalecimento da mineração de calcário, especialmente nessa área da agricultura. O calcário é fundamental para a correção do solo, e com isso conseguimos aumentar a produção sem a necessidade de abrir novas áreas”, afirmou.
O engenheiro explicou que a aplicação do calcário no solo, especialmente para culturas como milho, soja e feijão, pode resultar em um aumento significativo na produtividade. “Com a correção do solo, você consegue dobrar a produção de milho, por exemplo, apenas ajustando o pH do solo. É um milagre que temos ao nosso alcance, e o calcário é fundamental para isso”, afirmou, destacando a mina de Antônio Almeida como um exemplo de abastecimento do estado. No entanto, Rocha sugeriu que o Piauí deve investir mais nessa área, pois o calcário é um mineral essencial para a produção agrícola e a expansão da fronteira agrícola no estado.
Além disso, Rocha enfatizou a necessidade de ampliar o diálogo com os movimentos sociais, especialmente os agricultores, que são os mais diretamente impactados pela mineração. “A mineração acontece no campo, e os agricultores são os que mais sofrem com os impactos da mineração. Acho que devemos ampliar essa discussão para incluir os movimentos sociais, como o FETAG, os sindicatos, e também os representantes das comunidades quilombolas e indígenas”, alertou.
O diretor de Assistência Técnica reforçou que é essencial envolver esses grupos na consulta e discussão sobre o projeto de lei antes de sua aprovação. “Nós precisamos garantir que, antes de aprovarmos a lei, as comunidades afetadas tenham voz. Caso contrário, podemos enfrentar uma discussão ainda mais acalorada no futuro, ou até mesmo ter que retroceder em pontos importantes da legislação”, destacou.