Operação Iscariotes -

Suposto pedido de propina | Alvo da Polícia Federal é promotor da 6ª Promotoria de Justiça de Picos

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores

Foto: Divulgação / PF _Dinheiro apreendido, segundo divulgação da PF
_Dinheiro apreendido, segundo divulgação da PF

Informações obtidas em off, pelo Blog Bastidores, do 180graus.com, em meio às instituições responsáveis pela investigação (Polícia Federal e Ministério Público Estadual) contra um promotor de Justiça do Piauí que teria, segundo as autoridades, pedido propina a um empresário para não seguir em frente com um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), apontam para o titular da 6ª Promotoria de Justiça de Picos, promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior.

A Polícia Federal divulgou nota, mais cedo, informando sobre suposto pedido de propina em um restaurante, por parte de "um promotor de Justiça", para que não se seguisse em frente com uma investigação. 

Também segundo informações repassadas em off, obtidas, o empresário teria até já conseguido arquivar as investigações. 

O titular do blog entrou em contato com o Ministério Público Estadual em busca de posicionamento da instituição. 

Na primeira tentativa a assessoria de imprensa informou que o processo seguia em segredo de justiça e que não poderia repassar informações. 

Ao se confirmar o nome do suposto alvo da Polícia Federal, novamente se entrou em contato com o Ministério Público, que a princípio informou, novamente, que não iria se pronunciar sobre o caso, além da nota divulgada (VEJA AQUI).

VEJA NOTA DA POLÍCIA FEDERAL:

Polícia Federal e Ministério Público do Estado do Piauí cumprem mandado judicial em desfavor de promotor de justiça

Promotor é suspeito de exigir a empresário vantagem indevida no valor de R$ 3 milhões para arquivar procedimento investigatório criminal (PIC).

Teresina/PI. A Polícia Federal e o Ministério Público do Estado do Piauí, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça – PGJ/MPPI, deflaglaram, na manhã desta quarta-feira (7/8), a Operação Iscariotes, que cumpriu mandado de busca e apreensão, na cidade de Teresina, em desfavor de promotor de justiça do estado suspeito de exigir vantagem indevida para arquivar investigação contra empresário.

A vítima procurou o plantão da Polícia Federal e relatou à autoridade policial que havia sido abordada pelo promotor de justiça em um restaurante, ocasião em que o investigado teria dado o prazo de poucos dias para que a vítima pagasse expressiva quantia para não ser mais investigada. 

Considerando tratar-se de investigado com prerrogativa em razão da função pública, o fato foi comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Estado do Piauí, a quem cabe investigar membros do Ministério Público, que solicitou a cooperação da Polícia Federal, tendo em vista que a entrega do dinheiro era iminente.

Após seguidos dias de diligências, a equipe de investigação logrou êxito em confirmar o teor dos relatos da vítima, conseguindo, inclusive, registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado.

Diante da representação ministerial, o Tribunal de Justiça do Piauí expediu mandado de busca e apreensão em face do promotor. 
As apurações se iniciaram apenas há uma semana e, em razão da gravidade dos fatos, exigiu-se esforço concentrado da PF com a PGJ/MPPI.                                                      

Comprovados os fatos sob investigação, o agente público poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 

O nome da operação faz referência a Judas Iscariotes, em razão do agente público, incumbido da função de fiscal da lei, ter traído a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição.

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