• Bibliotecas públicas facilitam e democratizam acesso à leitura no DF

    Quando foi a última vez que você visitou uma biblioteca? Para muitos, essa pergunta pode evocar memórias distantes, especialmente em uma era em que os livros digitais estão facilmente acessíveis, até mesmo através de dispositivos móveis. No entanto, as bibliotecas físicas continuam a existir e representam opções incrivelmente democráticas, especialmente quando se trata das bibliotecas públicas.

    Foto: Reprodução/Internet

    Ao todo, o Distrito Federal conta com 24 bibliotecas, sendo 23 em funcionamento. O espaço público de leitura do Cruzeiro foi interditado por causa de danos na estrutura do prédio e espera por reforma há alguns anos. Agora, oferece aos moradores apenas uma sala de estudos, com computadores disponíveis para pesquisas. Ao Metrópoles, funcionários do local disseram esperar que as mudanças sejam concluídas ainda neste ano.

    O gerente do espaço, Átila Pessoa, explica que esses locais sobrevivem apenas de doações e que não existe uma verba destinada à compra de livros. Onde ele trabalha, as doações costumam chegar com boa frequência e eles chegam a repassar livros para a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), a quem são subordinados, mas também para a mala do livro — projeto que passeia por regiões administrativas e presídios para deixar obras.

    Veja a matéria completa no Metrópoles.

  • Setembro Amarelo: 8 livros que ajudam no cuidado com a saúde mental

    Os livros desempenham um papel fundamental no enfrentamento de problemas de saúde mental, oferecendo uma fonte valiosa de consolo, compreensão e perspectiva. Ao mergulhar em histórias fictícias ou obras de não-ficção que abordam temas relacionados à saúde mental, os leitores podem encontrar personagens com os quais se identificam, experiências que refletem as suas próprias e soluções criativas para desafios semelhantes. As informações são do iG Gente.

    Foto: FreepikImagem ilustrativa
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    Neste ‘Setembro Amarelo’, conheça algumas obras literárias que vão te ajudar a compreender sentimentos complexos. Nesta seleção, separamos algumas indicações que abordam temas como depressão, prevenção ao suicídio, ansiedade, autoconhecimento e amor-próprio. Apesar das diferentes abordagens, estes livros possuem uma linguagem acessível e dinâmica. Confira!

    1. Além da Ansiedade

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ansiedade supera a depressão como um desafio global para a saúde mental . E o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo: estima-se que 9,3% da população brasileira lida com o transtorno.

    Após a pandemia de COVID-19 iniciada em 2020, os casos de ansiedade aumentaram em 25% em todo o mundo. A partir desse cenário, surge “Além da Ansiedade”, livro que funciona como um recurso para enfrentar o problema.

    Autor : Davi Lago.

    2. Amiga Conselheira

    Maria Vitória e Giulia se conhecem desde a infância e sempre foram o apoio uma da outra em momentos difíceis. Mas Mavi recebe a notícia de que Giu está no hospital após tentar tirar a própria vida. Ao saber disso, a personagem procura entender os sentimentos da amiga, que sempre pareceu alegre, prestativa e empática. Assim, a protagonista começa a recordar o passado, que atravessa questões como sexualidade, bullying, assédio, desigualdades socioeconômicas e famílias abusivas.

    Autora : Juliana Dutra.

    3. Transformando a Ansiedade em Aliada

    Escritora, instrutora de yoga e terapeuta holística, Myriam Filippi apresenta ferramentas práticas e simples para as pessoas exercerem o autocontrole emocional. Com o livro Transformando a Ansiedade em Aliada, ela ensina os leitores a identificarem se estão ansiosos, mostra exercícios fáceis de serem aplicados no cotidiano e ressalta a importância da terapia para a cura.

    Autora : Myriam Filippi.

    4. Juntos na Escuridão

    Diana Gruver explora a relação entre a depressão, a fé e a história de sete cristãos ao longo da tradição judaico-cristã. A autora aborda como os transtornos psicológicos foram erroneamente associados ao pecado e à influência demoníaca no passado, mas destaca exemplos inspiradores de indivíduos que enfrentaram a depressão e tiveram um impacto significativo na história da igreja.

    Autora : Diana Gruver.

    5. Seja quem você quiser

    Neste livro, Christian Jarett explora a possibilidade de mudar os cinco principais traços de personalidade — extroversão, neuroticismo, conscienciosidade, simpatia e abertura a ideias e experiências. Baseando-se em evidências científicas e pesquisas na área da neurociência , o autor examina a influência de fatores como genes, família, amigos e experiências de vida na formação desses traços pessoais. O livro oferece insights sobre como as pessoas podem efetivamente modificar sua personalidade ao desafiar a ideia de que estamos presos em nossa natureza.

    Autor : Christian Jarrett.

    6. Sobre a Psicologia

    Em análises profundas, Schopenhauer aborda a autoconsciência, a vontade, o suicídio, a loucura e suas relações com o comportamento. O filósofo não busca uma observação da psicologia como uma explicação de ocorrências puramente fisiológicas ou mecânicas. Para ele, a ciência estuda os fenômenos humanos por si só: uma relação de causa e efeito psicológica, que se dá por meio das motivações e representações mentais.

    Autor : Arthur Schopenhauer.

    7. Rascunhos

    Resultado de anos de escrita terapêutica, Marcelly Tatiani publica “Rascunhos” com objetivo de fazer as pazes com o passado e refletir sobre as emoções. Ao abordar temas como amor-próprio, relações românticas, valor das amizades e frustrações do crescimento, ela convida os leitores a fazerem o mesmo. Em cada poema, há um espaço em branco para o público preencher com os próprios pensamentos e sentimentos.

    Autora : Marcelly Tatiani.

    8. Ser para ter

    Este livro é o resultado de uma jornada que levou Aline Dalcin a uma vida mais autêntica. Na obra, a terapeuta ensina o leitor a trilhar os 12 passos que vão desde iniciar o autocuidado até o controle emocional para poder alcançar um modo mais natural e se conectar ao verdadeiro propósito. É possível, assim, conhecer a chave para alcançar a plenitude.

    Autora : Aline Dalcin.

  • Livro 'Territorialidades Poéticas' vai ser lançado em dezembro no Piauí

    O livro Territorialidades Poéticas vai ser lançado no dia 28 de dezembro, às 20h, na praça José Antão de Alencar, na cidade de Pio IX, pelo seu autor Paulo Gustavo de Alencar.

    PG Alencar (Paulo Gustavo de Alencar), é natural de Pio IX, município localizado no semiárido piauiense. É Agrônomo formado pela UFPI e trabalha no INCRA, em Teresina. Tem mestrado em desenvolvimento e meio pela UFPI e atualmente cursa o doutorado em desenvolvimento e meio ambiente em Rede entre universidades federais do Nordeste. O cordel é o seu principal estilo poético, embora produza em outros estilos abordando temas como a questão agrária e socioambiental; a paisagem, as pessoas e o cotidiano do sertão; sobre a vida, a morte e as diversas relações humanas. Seu principal canal de divulgação é o sítio Recanto das Letras.

    O livro "Territorialidade Poética" traz poesias que retratam o ambiente do sertão piauiense, suas potencialidades, a questão agrária, problemas socioambientais, as pessoas, a vida e a morte. Falam também da necessidade do sertanejo de se reterritorializar em outros lugares, e ao mesmo tempo mantendo o vínculo com o torrão natal.

  • Escritor piauiense lança livro de Filosofia Infantil voltado para estudantes

    A filosofia é essencial nas escolas, pois é eficaz para o desenvolvimento da autonomia e princípios básicos para formação do indivíduo, estimulando o pensamento e o protagonismo de sua vida. Diante disso, o escritor José Rodrigues Alves Filho desenvolveu uma obra infantil intitulada como “Filosofia Infantil: Valores e Virtudes”, voltado para auxiliar alunos na fase inicial da vida escolar.

    A obra é a primeira da Coleção Filosofia e Ética na Escola, que está sendo preparada pelo autor, e possui um material contextualizado, com figuras lúdicas representando os filósofos na infância, tradução em três idiomas (português, inglês e espanhol). O livro é indicado para crianças com faixa etária de seis anos de idade que estão cursando a primeira série do ensino fundamental. Ao final de cada capítulo, são apresentadas atividades que ajudarão no desenvolvimento do senso crítico, noções de valores como o Amor, a Bondade, o Desapego, a Disciplina, a Honestidade, a Paciência e a Sabedoria.

    José Filho lançou no começo deste ano a obra “Mestre de Si Mesmo”, voltada para o público adulto e especialistas em diversas áreas. Foi então que sentiu a necessidade de escrever para crianças, para auxiliar na formação de profissionais mais maduros e com valores bem definidos.

    “O exemplar possui temas filosóficos de forma simples e divertida, tornando-se, assim, um poderoso instrumento pedagógico na fase inicial da vida escolar, possuindo questionamentos, reflexões, valores e princípios éticos e morais. Creio que isso pode lapidar a criança de hoje para que o adulto de amanhã seja alguém responsável, ético, justo, altruísta e equilibrado, que paute a sua vida na sabedoria”, finaliza o escritor.

    O lançamento da obra acontecerá na Livraria Leitura (localizada no shopping Rio Poty), no dia 5 de novembro, às 18h. Na ocasião, o escritor promoverá uma noite de autógrafos. Todos os protocolos sanitários serão respeitados de acordo com as normas da Organização Mundial da Saúde.

  • Poeta piauiense faz cordel em homenagem ao Dia do Piauí

    O jovem poeta da cidade de Barras Jhonnes Sousa, fez um cordel especial para homenagear o Dia do Piauí, confira:

    Piauí, terra querida!
    Por Jhonnes  Sousa

    Piauí, terra querida
    Filha do Sol do Equador
    Terra rica e abençoada
    De encanto, graça e esplendor
    Do sertão ao litoral
    Terra de grande valor.

    Piauí de belezuras
    Lugar tão abençoado
    O Delta do Parnaíba
    É paraíso do Estado
    Um belo cartão postal
    Que é muito visitado.

    Terra de praias bonitas
    Isso não dá pra negar
    Tem Barra Grande, Atalaia
    Pedra do Sal, Maramar
    Coqueiro, Peito de moça
    Arrombado e Macapá.

    Terra que é fascinante
    Lugar sem comparação
    Tem a Cachoeira da Lapa
    Do Urubu, Do Riachão
    Também tem a Pedra Negra
    Que é uma perfeição.

    Parque Serra da Capivara
    Grande tesouro local
    É um sítio pré-histórico
    Com importância mundial
    Declarado pela Unesco
    Patrimônio cultural.

    O Piauí é destaque
    Gera energia solar
    Também investe na eólica
    Obtendo bom patamar
    Gerando energias limpas
    O Estado é exemplar.

    Grande produtor de mel
    Piauí é considerado
    Produz soja, milho e arroz
    E ao povo tem ofertado
    Exporta até para a Europa
    Conquistando esse mercado.

    A pecuária extensiva
    Aqui é tradicional
    Outro ponto que é forte
    É produção artesanal
    Renda de várias famílias
    E é cultura local.

    Terra de tantos artistas
    Whindersson, Frank Aguiar
    Escritor Asis Brasil
    João Claúdio, Jucá
    E do saudoso Torquato
    Que dá gosto de citar.

    Terra de cultura rica
    Do reisado, da congada
    Da atração bumba-meu-boi,
    Do cordel, da marujada
    Tem até linguajar próprio
    Que terra diferenciada.

    Armaria, mocotó
    Mermã, isturdia, coisado
    Diabéisso, cultrovia
    Peba, exerido, varado
    Dextá, papoco,paidégua
    Pira, mulambo, avexado.

    Terra de culinária rica
    Singular e variada
    Baião de dois, cajuína
    Sarapatel, panelada
    Maria-isabel, paçoca
    Carne de sol e buchada.

    Estado surpreendente
    De educação excepcional
    A cidade Cocal dos Alves
    É um exemplo estadual
    Capital da matemática
    Destaque nacional.

    Piauí da resistência
    Estado de glórias mil
    Na Batalha do Jenipapo
    O povo ecoou varonil:
    “Ou ficar a pátria livre,
    Ou morrer pelo Brasil.”

    Esse é o Piauí gigante
    “Pertecem-te a nossa vida”
    É sucesso em todo canto
    É a Terra mais querida
    A terra que amo tanto
    Que por mim é enaltecida.

    Por fim eu quero dizer:
    “É feliz quem vive aqui”
    Retratei com muito amor
    O Estado do Piauí
    E se você tiver gostado
    Por favor, pode aplaudir.

    Jhonnes Sousa é natural de Bauru-SP, mas reside em Barras-PI desde sua infância. É poeta e escritor, e ama retratar o Piauí em suas produções literárias, evidenciado o seu fascínio pelas belezas desse raro e esplêndido Estado.

    Instagram do autor: @eujhonnes

  • Livro de escritor piauiense financiado pela Lei Aldir Blanc será lançado hoje

    O escritor piauiense Ítalo Damasceno lança nesta terça-feira (15/06) de forma remota o segundo livro da série “O Falso Francês”. Com o título “O Segredo de Amarílis Antúrio”, o leitor acompanha mais uma vez as aventuras de João Manuel, escritor de folhetins no Brasil do século XIX, numa trama que é uma verdadeira metáfora da identidade do povo brasileiro.

    A produção desse novo livro é um resultado gerado a partir da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, do Governo Federal, junto com a Prefeitura Municipal de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.

    O edital foi lançado como forma de incentivo à cultura local e auxiliando artistas e escritores de Teresina durante esse período em que ações culturais estão seguindo de forma restrita.

    O Enredo

    Quem teve a oportunidade de se aventurar nas páginas do primeiro livro da novela “O Falso Francês”, lançado em 2020 por Ítalo Damasceno, poderá agora dar continuidade à leitura dos folhetins do personagem João Manuel. Agora vivendo na cidade do Rio de Janeiro – capital do império brasileiro – ele quer revolucionar escrevendo uma história que se passe no Brasil. No entanto, encontra a resistência do seu editor, Dantas Lima, e do experiente folhetinista e seu arqui-inimigo Castelbianco, um piauiense nascido em Oeiras e que odeia o Conselheiro Saraiva por ter transferido a capital para Teresina.

    Ao tentar resolver o problema geográfico da sua nova história, o folhetinista conhece Fabrícia Marret, uma bela atriz que possui uma característica especial que irá inspirar João a escrever seu novo folhetim “O Segredo de Amarílis Antúrio” e, como sempre, se envolver em inúmeras situações. O enredo do livro passa por entre personagens reais e fictícios ao mesmo tempo que discutem a recém independência do Brasil, que em 2022 completa exatos 200 anos. “O Segredo de Amarílis Antúrio” sai em dois formatos a partir desta terça-feira (15/06): em e-book (disponível na Amazon) e na forma física (à venda com o próprio autor e em lojas).

    “O público pedia uma continuação de ‘O Falso Francês’ e eu me dei liberdade para, se uma ideia viesse, eu o faria. Veio não a ideia de um novo livro, mas de uma série inteira em que cada livro a gente acompanha João escrevendo uma história típica de folhetim/telenovela. É uma maneira também de eu experimentar diferentes estilos”, diz o autor Ítalo Damasceno.

    O Autor Ítalo Damasceno tem 37 anos e nasceu em Teresina, Piauí. Formado em Direito, em 2015 começou seus estudos em escrita criativa e roteiro para audiovisual. No ano seguinte foi selecionado para participar da Master Class de Aguinaldo Silva, consagrado autor de novelas da Globo (autor de, dentre outros sucessos, Roque Santeiro, Tieta e Senhora do Destino). Ítalo tem dois contos publicados em coletâneas, já fez roteiro para quadrinhos, do curta Hortelã e da podsérie Saída de Emergência.

    O lançamento do livro está marcado para hoje, às 17h30, através da página @biitalo no facebook. Para mais informações sobre as ações públicas voltadas para a área da cultura em Teresina, basta acessar o site cultura.teresina.pi.gov.br ou seguir as redes sociais da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves.

  • Escritor piauiense lança livro que ajuda pessoas a enfrentarem consequências psicológicas da Covid

    Desde março de 2020 os brasileiros enfrentam a pandemia da Covid-19. Como consequência, aumentaram significativamente os casos de desequilíbrio emocional, sejam crises de ansiedade, depressão ou burnout. Diante disso, o professor e escritor José Filho desenvolveu o livro Mestre de Si Mesmo, para ajudar a sociedade a enfrentar esses transtornos por meio do autoconhecimento.

    A obra é trilíngue (português, inglês e espanhol), reúne diversos artigos do autor e será lançada no dia 11 de junho, das 16h às 19h, na Livraria Anchieta, localizada na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 1557, bairro Fátima. O lançamento contará com a apresentação do duo musical Ruth e Raniel em voz, violão e sax, além de um coquetel, e seguirá respeitando todas as normas de segurança sanitária.

    Segundo José Filho, a leitura do livro “Mestre de Si Mesmo” proporcionará um autoconhecimento capaz de reequilibrar o mental e o emocional. “Especialistas apontam que voltar-se para dentro de si e descobrir ferramentas de autocontrole e autodomínio são extremamente importantes para esse reequilíbrio. Foi diante dessa temática que resolvi pesquisar e escrever a obra. Afinal, a maestria não está aqui ou ali, não está somente na Índia ou nos povos lá na Antiguidade Grega com os filósofos pré ou pós-socráticos. A maestria está dentro de cada um de nós, precisamos descobrir como acessar tudo isso”, enfatiza.

    O Livro é voltado, principalmente, para estudantes que estão se preparando para o vestibular, profissionais da área de saúde, em especial psicoterapeutas, e alunos de medicina, psicanálise e filosofia, assim como para pessoas que necessitam se auto descobrir melhor para viver bem no seu dia a dia.

    O autor
    O professor José Filho é bacharel em Administração, possui três especializações na área administrativa, além de mestrado em Educação pela UFPI (Universidade Federal do Piauí), atualmente é acadêmico do curso filosofia e está concluindo duas pós-graduações, uma em neurociência clínica e a outra em neuropsicanálise.

  • Escritor Isaque de Moura lança novo livro: 'Morto, nada me faltará'

    O escritor Isaque de Moura lança, no fim do mês de abril, o seu mais recente trabalho literário, “Morto, nada me faltará”. O romance, publicado pela Editora Penalux (SP) e escrito entre os anos de 2018 e 2020, aborda diversas questões relacionadas à sexualidade, traumas e conflitos familiares, sendo também o segundo livro do escritor piauiense.

    “Morto, nada me faltará’ narra a história de um homem de trinta anos viciado em garotas de programa. Funcionário fantasma em uma repartição pública, ele se envolve em frustradas experiências sexuais e amorosas, sem encontrar em nenhuma delas o menor sinal de interesse ou felicidade. “É um romance controverso, triste, ácido e sufocante”, destaca o autor.

    A tensão sexual e o humor corrosivo são marcas recorrentes no universo ficcional de Isaque de Moura, e no romance parecem despontar sem nenhuma moderação. “Se você não gostou do meu primeiro livro (No meio do tiroteio), certamente vai odiar o segundo”, Isaque garante.

    As primeiras leituras também revelam alguns dos temas que podem ser encontrados no romance: “O autor escreve muito bem, encadeia com perfeição as ideias, o texto flui entre palavras bem escolhidas, numa linguagem crua, demasiadamente crua e sem disfarces. Não deixa de ser singular o olhar clínico do protagonista, as reflexões brutais, o próprio fluxo das experiências noturnas. Há passagens que me deixaram completamente estarrecida. O ‘politicamente correto’ passa longe da narrativa. É um livro sujo, cruel, até intragável em certos momentos. Um enigma cheio de contradições...”, destaca uma das leitoras.

    “O estilo é bastante maduro. A narrativa evolui bem, as personagens são fortes e marcantes, há uma ironia interessante nas entrelinhas. Para o meu gosto pessoal, a leitura é um pouco desagradável. O protagonista é um sujeito agressivo, misógino, e para ser sincera esse universo que não me interessa muito. Mas isso é bem pessoal. Tenho certeza que outros leitores gostarão do livro, que mostra muita autenticidade”, comenta outra leitora.

    O romance conta ainda com pinturas e colagens da artista plástica letã Julia Soboleva, mestra em ilustração pela Manchester School of Art e atualmente radicada no Reino Unido (UK). As pinturas de Soboleva consubstanciam a atmosfera sombria do romance, as conotações sinistras, o erotismo violento e o humor absurdo. A artista assina a capa e outras duas ilustrações presentes no livro.

    O romance está em pré-venda e pode ser adquirido no site da Editora Penalux. Na entrevista a seguir, Isaque comenta mais detalhes sobre o processo de escritura do livro.

    Entrevista – Isaque de Moura
     
    Você exerce outras atividades além da escrita?
    Uma porção delas, porque também preciso sobreviver. Mas nada fora da licitude. Trabalho como servidor público, e não tenho queixas quanto ao cargo que ocupo. No passado, em contraste, sofri o diabo na função de bancário. Não por menos: quando você ocupa um posto de atendimento massivo, precisa aos poucos forjar uma personalidade simulada. Isso eu era incapaz de fazer. Há os painéis apitando, os quebrantos da fila de espera, quinze minutos de almoço – traumas irreconciliáveis. Meus chefes certamente viam em mim um desequilibrado, e não lhes tiro a razão: nessa época, que me lembre, cheguei a trabalhar de pijama. Mas essa é outra história.
     
    Como você definiria seu processo de criação literária?
    É um trabalho de muito esforço e pouco talento. Nada menos que uma obsessão. Sacrifico um montão de horas apagando ou reescrevendo as mesmas coisas. Também não me considero um escritor criativo. Estrutura e imaginação são dois grandes desafios. Há, contudo, uma qualidade que gosto de ressaltar: não me levo a sério. Estou longe de qualquer pretensão intelectual, de maneira que aprendi a me divertir com as críticas. Tenho perfeita consciência de ser um desgraçado.
     
    Pode nos contar um pouco sobre o conteúdo do novo livro?
    O livro narra a história de um homem de trinta anos, afundado em dívidas e viciado em garotas de programa. Funcionário fantasma em uma repartição pública, ele se envolve em diversas situações ridículas, mantendo amizades igualmente ridículas. Seu universo particular não vai muito além de relações vazias, sexo pago e experiências com drogas. Está doente, esgotado. Segue nutrido por todas as ideias ao avesso. Em termos de estrutura, optei por desenvolver o enredo em forma de anti-trama, tentando plasmar na escrita essa atmosfera noturna, sombria, razão pela qual também decidi não nomeá-lo. De que outro modo posso dizer? É um cara desagradável, sem maiores motivações e desprovido de qualquer senso de caráter, como muitos que vemos por aí. Reconhecer que esse sujeito pode ser seu pai, seu marido ou seu amigo é o que deve assustar muita gente.
     
    Então é um livro para se repensar a masculinidade?
    Não é o tipo de leitura que me agrada, mas não deixa de ser uma leitura possível.
     
    Alguma outra sugestão?
    Sou um escritor de estilo, não de enredo. A mim não me interessam os desdobramentos sociológicos, as questões de gênero ou implicações dessa natureza. Penso a minha literatura como um sistema de formas estéticas que se apoia no absurdo e na experiência da narração. Mais do que desenvolver uma história, quero descobrir a melhor forma de contá-la. Meu desejo é compreender até que o ponto o leitor pode se deixar levar sem a necessidade de reviravoltas espantosas ou efeitos de suspense, motivado apenas pelo fluxo do discurso. Mesmo que um discurso controverso, obsceno, doentio.
     
    Qual foi a inspiração para o romance? Alguma experiência pessoal?
    Escrevi-o inspirado em um filme do diretor franco-argentino Gaspar Noé. Tudo porque eu precisava assimilar os limites da construção de um protagonista perverso, dolorosamente desumano e sem saída. Em certo sentido, é uma fronteira perigosa, sabe? Não apenas pelo risco de ser mal interpretado, mas pela exaustão em si. Acredite, o custo emocional é extraordinário. Não foram poucas as vezes em que estive a ponto de largar o romance pela metade, convencido de que não valia a pena o desgaste. Quando mergulhava muito fundo, tinha de voltar à superfície, em busca de um respiro, o menor que fosse. Recebi mensagens de pessoas que leram a versão preliminar do livro e que me desencorajaram a seguir adiante. “Seu narrador é misógino, homofóbico e racista”, elas me diziam, como se eu mesmo não estivesse a par disto. Queriam me dissuadir a abandonar o romance. Foram cagaços dos grandes, e não encontrei outra reação senão rir, tamanha a obstinação da censura patrulheira. Eram pessoas que estavam mais preocupadas em apontar o dedo, desprezando o fato de que todo livro envolve intenção, forma e planejamento. Talvez me tomassem por pateta, é bem possível. No mais, hoje compreendo que essa foi uma etapa necessária ao meu projeto literário. Ao menos tenho a impressão de que jamais voltarei a escrever nada parecido. Desejo retornar à atmosfera dos meus primeiros contos: escrever histórias leves, com mais humor e menos brutalidade. Verdade ou não, o tempo vai dizer.
     
    A cultura do cancelamento não lhe assusta?
    De forma alguma. Não escrevo para ser amado ou odiado. Escrevo para ser lido.
     
    Que autores você tem o hábito de ler?
    Meus gostos pessoais são bem variáveis. À exceção de ficção científica e fantasia – gêneros que não sinto nenhuma conexão emocional – não me sirvo de maiores discriminações. Mas há um conjunto de autores que me fascina: Henry Miller, Graciliano Ramos, Michel Houllebecq, John Fante, Sylvia Plath, Pedro Juan Gutiérrez, Maura Lopes Cançado, José Lins do Rego e por aí vai. Sem mencionar a literatura russa. 
     
    Você acha que o hábito da leitura torna uma pessoa melhor?
    Não. Mas certamente não a torna pior.
     
    Como você vê a atual geração de escritores piauienses?
    Não vejo. Há um estranho abismo entre os livros publicados por autores piauienses e os livros que efetivamente circulam na cidade. De modo que pouca coisa me chega às mãos – e o que me chega, em geral, é bastante desanimador. Difícil ultrapassar mais que cinco linhas. São livros preguiçosos, deformados, rabiscados às pressas. Autores que escrevem sem borracha. Não conhecem a angústia de esgotar uma resma nem lhes interessa conhecer. Não aprenderam a odiar o próprio texto nem poderiam. Estão mais interessados em publicidade do que em literatura. Enfim, quase nada se aproveita. É claro que também há escritores maravilhosos: escondidos, esquecidos ou a sete palmos do chão. Excelentes, mas sem nenhuma visibilidade. São poucos, mas estão por aí. É preciso sair catando.
     
    Já participou de algum prêmio, concurso literário ou algo do gênero?
    Não, não participei e nem acho que teria chances, considerando o teor dos meus livros. Além disso, não sou o que se pode chamar de um sujeito competitivo. Colocar o ponto final em uma história é prêmio suficiente para mim. Por outro lado, soa irônico associar literatura a premiações de qualquer espécie. Se a pessoa se mete a escrever ficção, precisa entender que já perdeu o jogo há tempos. A derrota é inerente ao escritor.
     
    Para concluir, quais são os seus futuros projetos literários?
    Projetos? Impossível mencionar projetos em um ano como 2021, com dezenas de óbitos todos os dias. A cada nova morte, tenho a sensação de que a minha será a próxima. Seja como for, meu romance está aí para ser lido, ignorado ou depreciado. O que tenho a oferecer é apenas o presente. Bem ou mal, isso é tudo.
     
    Clique aqui e acesse o livro

  • Prêmio Sesc de Literatura divulga vencedores de 2020

    A organização do Prêmio Sesc de Literatura anunciou os vencedores do concurso de 2020. Há 17 anos, a instituição premia, anualmente, um romancista e um contista. Neste ano, o vencedor da categoria Romance foi o capixaba Caê Guimarães, pelo livro Encontro você no oitavo round. Na categoria Conto, se destacou o escritor Tônio Caetano, pelo livro Terra nos cabelos.

    O romance premiado de Caê Guimarães é protagonizado por um pugilista que debate entre um incômodo zumbido e a memória de outra ocupação que tinha antes de se dedicar ao boxe. Dias antes da última luta, o personagem conhece uma jornalista que quer desvendar o que o fez tomar o caminho dos ringues.

    Os diferentes contos da coletânea de Tônio Caetano abordam os percursos da mulher na sociedade contemporânea, como o mundo do trabalho, o primeiro beijo, os ritos de iniciação e as violências externas e internas a que são submetidas.

    Neste ano, foram inscritas 1.358 obras – 692 de romance e 666 de contos. Como o trabalho de seleção das obras, por natureza, é realizado de forma remota, a pandemia do novo coronavírus não afetou o cronograma inicial do prêmio.

     

  • Advogado lança livro com causos assustadores das 'almas' do Piauí

    Desde 2016 o advogado José Gil Barbosa Terceiro iniciou um trabalho de resgate de parte da cultura imaterial do Piauí, pesquisando lendas, mitos, causos, religiosidade popular, relatos de avistamento de “aparelhos”, entre outras histórias da tradição oral piauiense, de modo que grande parte desse material está no blog “Causos Assustadores do Piauí”, criado em 2017 e atualmente contando com mais de 300 posts e aproximadamente 200 mil acessos. São histórias relatos de várias cidades que vão do norte ao sul do Piauí.

        Imagem/Divulgação

    As histórias no blog foram colhidas, em grande número, diretamente da história oral, e, por vezes, de livros, revistas, jornais, monografias, cordéis e sites da internet. Agora, depois de anos de extensa pesquisa, finalmente o escritor, que é membro da Academia de Letras e Línguas Nativas Altoense (ALLNA), lança o primeiro livro resultante de sua pesquisa: “ALMAS – Martírio, Devoção e Milagre no Piauí”, que conta a história de quase cinquenta almas benditas (ou almas milagrosas) piauienses.

    Do livro se verifica que ao longo de sua história o povo piauiense em momentos de aflição tem recorrido às almas de pessoas martirizadas (que morreram em situação sofrida) para que intercedam junto a Deus por elas para que lhes auxilie na resolução dos mais diversos problemas, prometendo ex-votos (rezas, orações, velas, foguetes, cartas, peças de madeira representando a parte do corpo afetado por doenças, etc), e, quando agraciadas, em verdadeiro ritual de fé, cumprem com o prometido. Alguns chegam a acreditar que as próprias almas teriam poderes milagrosos.

    Os locais de devoção são, normalmente, lugares associados à alma, seja o ponto de sua morte, seja o túmulo em que se encontra sepultada. Ali os fiéis erguem cruzeiros, santuários e/ou capelinhas em homenagem aos seus protetores. O culto às almas existe em todo o Brasil, bem como no mundo, sendo muito forte no Piauí, onde está associado ao catolicismo e a religiões politeístas como a umbanda e o Paganismo Piaga.

        Imagem/Divulgação

    O livro de José Gil traz um extenso rol de almas milagrosas que conseguiu identificar Piauí afora, apresentando um pouco da história dessas pessoas quando vivas, bem com detalhes do culto dedicado a elas após sua morte. São histórias de sofrimento de pessoas tidas como santas que em muito se identificam com o povo piauiense, bem como relatos de milagres que os fiéis informam ter alcançado.

    Entre as almas apresentadas na obra podemos encontrar as seguintes: Motorista Gregório (Teresina), Auta Rosa (Amarante), Noiva Alda (Barras), Luzia Cortada (Luzilândia), Maria Alves (Pedro II), Consolação (Piripiri), Lucinha (Campo Maior), Maria das Graças (Piripiri), Maria dos Prazeres (Cocal de Telha), Mariana e Conceição (Ilha Grande), Martiliana (Novo Santo Antônio), Otília (Caraúbas), Maria Luísa (Altos), Alvina (Altos / Teresina), Sabina (Aroazes), Alice (Uruçuí), Lulú (Pau D’Arco do Piauí), Felicidade (Campo Maior), Balaios de Cruz das Almas (Cristino Castro), Revoltosos da Coluna Prestes (Valença do Piauí), Almas do Desastre (Altos), Almas do Batalhão (Campo Maior), Benedito, o nêgo do Tapuio (Pau D’Arco do Piauí), Cangaceiro Canastra (Batalha), Ciganinho Roldão (Esperantina), Calixto (Piripiri), Catirina e Martinho (Piracuruca / Piripiri), Cruz do Moleque (Campo Maior), Curandeiro Rafael (Altos), Fernandes (Altos), Frei Pedro (Alto Longá), Furtuoso (Passagem Franca / Monsenhor Gil), Homem Carcará (Oeiras), João Bernardo (Lagoa do Piauí), João Cartomante (Cocal / Parnaíba), Manoel (Altos), Mariano (Coivaras), Menino de Ouro da Pedra do Letreiro (Batalha), Pedrão (Altos), Quirino (Altos), Samuel (Cocal de Telha), Simãozinho do Cruzeiro (Coivaras / Alto Longá), Sitônio (Altos), Tertuliano (Valença do Piauí), Vaqueiro enterrado vivo (Altos), Vaqueiro do Pescoço Quebrado (Picos), Vaqueiro da Cruz da Frei Serafim (Teresina), Irmãos Romeiros (São Miguel da Baixa Grande), Irmãos Surdos (Parnaíba), Três Irmãos (Jaicós).        

    O livro, com 278 páginas, revela um pouco do cotidiano do sofrido povo do Piauí, apresentando contexto histórico que situa o leitor no palco das histórias. A obra estará disponível ainda em julho em pré-venda pela internet no site Clube dos Autores e em outras livrarias virtuais.

    SOBRE O AUTOR
    José Gil Barbosa Terceiro nasceu em Campo Maior no dia 31 de Julho de 1979, sendo filho de José Gil Barbosa Junior e Lucia Maria Alves Mourão Barbosa. Desde os 3 anos reside em Altos, onde estudou os primeiros anos, tendo concluído o ensino fundamental e o médio em Teresina. Formou-se bacharel em Direito pela NOVAFAPI, atuando como advogado desde 2008 nas cidades de Altos, Teresina, Campo Maior, Timon (MA), Alto Longá, Beneditinos, Castelo do Piauí, dentre outras. Já foi apresentador de programa de rock na extinta Rádio Nativa FM em Altos, Agente Censitário Supervisor a serviço do IBGE durante o CENSO 2000, colunista de portais na internet, e atuou como ator em algumas produções audiovisuais piauienses. É autor de textos jurídicos e de opinião no Portal Altos e no Jus Navigandi. Escreveu ainda o blog Causos Assustadores do Piauí e é membro da Academia de Letras e Línguas Nativas Altoense (ALLNA).

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