Sonho de morar nos Estados Unidos -

Teresinense relata sequestro na fronteira do México durante tentativa de entrar nos EUA

O teresinense Júlio Dias Ribeiro Chaves enfrentou momentos de terror ao tentar realizar o sonho de morar nos Estados Unidos. Em entrevista ao programa Crime e Castigo, apresentado por Gabriela Macena e Kilson Dione, ele revelou ter sido sequestrado por coiotes — traficantes que cobram para atravessar imigrantes de forma clandestina.

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Morador do bairro Mafrense, Júlio sempre desejou viver nos EUA, mas, após ter o visto negado duas vezes, decidiu cruzar a fronteira ilegalmente em março do ano passado. Sua jornada começou em São Paulo, com escalas na Colômbia, El Salvador e entrada irregular na Guatemala. O percurso até a fronteira americana envolveu ônibus, barco e caminhonete, além de esconderijos e o risco constante de deportação.

“Ficamos três dias escondidos em uma fazenda e depois fomos levados na traseira de uma caminhonete, com malas sobre nós, para não sermos descobertos pela polícia mexicana”, contou.

Ao chegar em Tijuana, cidade mexicana na divisa com os EUA, Júlio e outros imigrantes foram sequestrados pelos próprios coiotes que haviam contratado. “Eles andaram com a gente por cerca de duas horas e pegaram todo o nosso dinheiro antes de nos liberar”, relatou.

Mesmo após o susto, ele conseguiu cruzar a fronteira, mas foi preso pela imigração americana. Após sua liberação, passou oito meses em Nova York e, temendo deportação com a possível volta de Donald Trump ao poder, se mudou para Boston e, posteriormente, para a Flórida.

Medo da deportação

Ciente de sua situação irregular, Júlio admite o risco de ser deportado. “Eu sei que cometi um crime federal ao entrar sem documentos. Mas não tenho medo, já sabia dos riscos. Se acontecer, volto para o Brasil e sigo minha vida”, afirmou.

Ele alerta para os perigos da travessia clandestina e, apesar das dificuldades, diz não se arrepender. “Vi muita coisa ruim no caminho, mas quem quer tentar tem que estar preparado para enfrentar o que vier.”

Atualmente morando na Flórida, Júlio admite que a situação está cada vez mais difícil para imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

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