Pagar as dívidas, guardar ou gastar: confira dicas de como usar o 13º salário
13º salário injeta bilhões na economia e pode ajudar na organização financeira pessoal
Nesta sexta-feira (29/11), cerca de 92,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, aposentados e pensionistas da Previdência Social de União, estados e municípios, receberam o pagamento do 13º salário. A informação é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O valor médio do benefício é de R$ 3.096,78, o que representa uma injeção de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira, equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
De acordo com Mariel Angeli Lopes, supervisora técnica do Dieese, o impacto do pagamento é significativo para a economia, especialmente no final do ano. “Aumenta a demanda por produtos e serviços em todo o país. Os setores de comércio, bares, restaurantes, hotelaria e turismo têm grande aumento de demanda, provocado pelo pagamento do 13º salário.”
Além do estímulo econômico, o benefício é uma oportunidade para reorganizar as finanças, segundo Mariel. “A utilização dos recursos do 13º salário depende um pouco de quais são as necessidades das pessoas que vão receber e de como está a situação financeira atual.”
Planejamento para o uso do 13º salário
Ana Cláudia Arruda, conselheira do Conselho Federal de Economia (CFE), ressalta que o pagamento extra é valioso para quem não conseguiu formar uma reserva de emergência ao longo do ano. “É um dinheiro que pode garantir uma saúde financeira para o início do ano.”
A conselheira orienta que o primeiro passo é organizar as prioridades. “Recomendamos listar as necessidades e as prioridades. Em geral, as pessoas não colocam no papel os gastos e as prioridades desses gastos. É preciso fazer uma lista pensando no que precisa ser comprado agora e no que pode ficar para depois, não deixando de incluir a quitação de dívidas antigas, que é de fundamental importância, tendo em vista os juros.”
Dicas práticas de uso
Quitar dívidas: Priorize débitos maiores, como cartão de crédito e cheque especial, que possuem juros elevados.
Negociar com credores: Utilize o pagamento extra para obter melhores condições de quitação, aliviando compromissos para 2025.
Formar uma reserva de emergência: Economize para lidar com imprevistos como problemas de saúde ou reparos. O ideal é guardar o equivalente a três a seis meses de despesas.
Gerenciar gastos de início de ano: Use o recurso para despesas como material escolar, impostos e serviços educacionais.
Investir: Destine parte do valor para aplicações financeiras, garantindo segurança para projetos futuros.
Ferramentas e consultoria financeira
O benefício também pode ser um ponto de partida para melhorar o controle financeiro. Ana Cláudia afirma: “Quitação de dívidas, priorização de gastos e montagem de uma reserva de emergência são fundamentais para todas as pessoas.”
Além disso, existem aplicativos gratuitos e pagos para organizar finanças, que ajudam a acompanhar ganhos, gastos e investimentos. Consultar um especialista pode ser útil para definir metas e planejar o uso do dinheiro extra de forma mais eficiente.
Fonte: Agência Brasil