
Livros infantis sobre raça e orientação sexual foram os mais banidos nos EUA
Um estudo recente envolvendo pesquisadores de cinco universidades dos Estados Unidos revelou que livros infantis abordando questões de raça e orientação sexual foram os mais banidos no país entre 2021 e 2022, alcançando um recorde histórico. De acordo com a pesquisa publicada no PNAS Nexus, 37% dos 1.648 livros proibidos durante o período analisado tratavam dessas temáticas sensíveis, em um contexto que vem sendo amplamente criticado como censura.
O estudo, conduzido por acadêmicos das universidades de Duke, da Pensilvânia, Science Po, Columbia e Colorado Boulder, também destacou que a segunda categoria mais afetada foram os livros de não ficção sobre movimentos sociais e figuras históricas, totalizando 22% das proibições. Além disso, mulheres escritoras foram particularmente visadas, representando 64% dos casos de censura registrados.
Os pesquisadores observaram que as proibições ocorreram principalmente em estados com administrações republicanas, embora o partido esteja perdendo terreno para os democratas, sugerindo uma possível estratégia política para mobilizar eleitores através de um discurso que frequentemente gera controvérsias na sociedade.
Este estudo ressoa globalmente em um contexto onde recentemente o Brasil enfrentou controvérsias semelhantes, como a proibição do livro "O Menino Marrom", de Ziraldo, em Governador Valadares, e "O Avesso da Pele", vetado em escolas públicas de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, ambos criticados por abordarem temáticas antirracistas.
Fonte: O Tempo