A França anunciou a intenção de estabelecer, até 2028, uma prisão com um setor de segurança máxima na floresta amazônica, destinada a abrigar prisioneiros considerados de alto risco. O novo complexo será erguido no departamento ultramarino da Guiana Francesa, que faz fronteira com o estado do Amapá.

Foto: Márcio Ferreira/ Ag. Pará

COP30: população da Amazônia espera por água potável e saneamento

O ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, visitou a Guiana Francesa no último fim de semana, onde anunciou que a cidade de Saint-Laurent-du-Maroni, com menos de 100 mil habitantes e próxima à divisa com o Suriname, será o local da construção. O projeto inclui um tribunal e uma prisão com capacidade para 500 detentos, dos quais 60 serão destinados a infratores graves. Além disso, haverá 15 vagas específicas para criminosos islâmicos e radicais.

O investimento na construção do complexo está estimado em 400 milhões de euros, cerca de R$ 2,5 bilhões. Segundo Darmanin, o objetivo principal é fortalecer a detenção de traficantes de drogas, que não terão acesso a áreas urbanas ou meios de comunicação.

Saint-Laurent-du-Maroni já foi o local de uma famosa colônia penal, que abrigou prisioneiros franceses até a metade do século passado. Essa prisão se tornou conhecida mundialmente, especialmente por ter sido retratada no livro "Papillon", que inspirou duas adaptações cinematográficas.

Antes de sua visita à Guiana, o ministro da Justiça francês esteve em São Paulo, onde discutiu cooperação judiciária, combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas com autoridades brasileiras, incluindo os ministros da Justiça e das Relações Exteriores.