Codevasf instala 233 banheiros secos em dez municípios do semiárido piauiense
Com um investimento de R$ 3 milhões, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) instalou, neste ano, 233 módulos sanitários de desidratação em 10 municípios do Piauí. Conhecida como banheiro seco, essa tecnologia inovadora não utiliza energia elétrica nem água para a disposição de dejetos, sendo uma solução eficiente para localidades sem acesso a saneamento básico.
Codevasf, em 2024 por meio de sua 7ª Superintendência Regional no Piauí, implantou os módulos sanitários nos seguintes municípios: Aroeiras do Itaim, Belém do Piauí, Caridade do Piauí, Curral Novo, Flores do Piauí, Francisco Macedo, Jacobina, Santana do Piauí, São José e Sussuapara. A seleção dos núcleos familiares beneficiados seguiu critérios que priorizam os municípios do semiárido, com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e no déficit de banheiros em domicílios rurais.
A tecnologia tem um impacto significativo em muitas famílias do semiárido piauiense, especialmente em um contexto onde o Piauí é o estado com a maior proporção de moradores sem banheiro em casa, segundo dados recentes do IBGE. “Antes, não tínhamos banheiro, e fazíamos nossas necessidades longe de casa, muitas vezes dentro de sacos plásticos. Com a instalação da Codevasf, temos mais dignidade e privacidade", relatou Neves Isabel Veloso, 52 anos, lavradora que reside na zona rural de Sussuapara.
Marcelo Castro Filho, superintendente regional da Codevasf no Piauí, explicou os benefícios do módulo sanitário para as comunidades atendidas. "É uma solução sanitária independente da rede de esgoto, que utiliza apenas a incidência solar e ventilação natural para tratar os resíduos. Antes, essas pessoas descartavam dejetos de forma inadequada. Agora, podem fazer suas necessidades mais perto de casa, com mais praticidade, segurança e privacidade, especialmente para as mulheres", destacou.
Como funciona o módulo sanitário
O módulo funciona com um sistema de receptáculo em carrossel e uma janela que permite a desidratação e redução de até 90% dos resíduos fecais. O descarte dos resíduos pode ser feito pelo próprio usuário, de 2 a 4 meses após o uso, em uma vala rasa. O processo de tratamento da urina ocorre por infiltração no solo.
Além da instalação dos módulos, a ação também inclui mobilização social, capacitação dos beneficiários e monitoramento para garantir o uso adequado e a boa aceitação por parte dos moradores.