A cantora Beyoncé participou do comício da candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, na noite desta sexta-feira (25/10), em Houston, Texas, cidade natal da artista. A presença de Beyoncé era uma das mais esperadas, especialmente com a campanha utilizando sua música "Freedom".

Em um discurso de pouco menos de cinco minutos, Beyoncé pediu às mulheres que imaginassem um país onde tivessem liberdade para tomar suas próprias decisões. Esta fala também marcou seu apoio oficial à campanha de Kamala Harris. “Não estou aqui como uma celebridade, não estou aqui como uma política. Estou aqui como mãe que se preocupa com o mundo em que minhas filhas vivem. Imagine um mundo onde temos liberdade para controlar nosso corpo”, disse.

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Um dos principais pontos da campanha democrata é a liberdade reprodutiva das mulheres. Kamala Harris prometeu restaurar o direito ao aborto em todo o país, se eleita. Ao subir ao palco, foi anunciada por Beyoncé como "a próxima presidente dos Estados Unidos". Kamala começou seu discurso defendendo as liberdades para as mulheres e lembrou que o Texas possui uma das leis mais rígidas do país contra o aborto.

Durante seu discurso, Kamala foi interrompida por apoiadores que vaiaram um homem na plateia, que foi escoltado para fora do ginásio, embora o motivo não tenha sido divulgado. “Adoro que haja tanto entusiasmo, mas vamos falar sobre o trabalho que temos que fazer, porque temos 11 dias para ver isso acontecer”, afirmou Kamala.

A candidata retomou o tema dos direitos reprodutivos, destacando que Donald Trump havia sido responsável pela revogação da lei que garantia o direito ao aborto nos Estados Unidos. Apesar de o Texas ser um estado de forte influência republicana, onde Kamala deve perder a eleição, o objetivo do comício era estimular mulheres de outras regiões do país a votarem, e a presença de Beyoncé ajudou a chamar a atenção. A transmissão do comício atingiu um pico de 2,1 milhões de espectadores simultâneos no "X".

Debate delicado sobre o aborto

O aborto e os direitos reprodutivos das mulheres são pautas sensíveis para os republicanos. Enquanto Kamala defende uma lei nacional, Trump prefere deixar a responsabilidade para os estados. O ex-presidente já expressou orgulho por nomear juízes conservadores para a Suprema Corte, o que contribuiu para a derrubada da lei "Roe contra Wade", que garantiu o direito ao aborto nos EUA desde os anos 1970.

Desde a revogação da lei, o apoio ao aborto legal cresceu nos Estados Unidos, levando a legislações diferentes em cada estado, que possuem autonomia para decidir sobre o tema. Mulheres grávidas que vivem em estados onde o aborto é proibido têm viajado para regiões onde o procedimento é legal e seguro.

Os republicanos argumentam que o debate sobre o aborto deve ocorrer no âmbito estadual e defendem a criação de centros "pró-vida" para apoiar mulheres que desejam ter filhos. Trump já afirmou que vetaria uma proibição federal ao aborto e que não pretende banir o acesso a medicamentos abortivos, caso seja eleito.