Agro divide-se e setor de bioenergia busca proximidade com governo Lula
Uma divisão notável está ocorrendo no setor do agronegócio, com uma ala buscando se aproximar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse movimento surge em meio aos esforços de produtores de bioenergia para aprovar o Projeto de Lei do Combustível do Futuro no Senado, enquanto os exportadores mantêm distância do Planalto.
O ato que marcou essa aproximação contou com a presença de caminhões movidos a 100% de biodiesel na Esplanada dos Ministérios na quarta-feira (27/03). Neste evento, representantes do setor de biodiesel posaram ao lado de autoridades, incluindo o Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, o Vice-Presidente e Ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), Alceu Moreira (MDB-RS).
O projeto em questão, conhecido como Combustível do Futuro, visa estabelecer um novo marco regulatório para os biocombustíveis, incluindo o aumento da mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no óleo diesel. No entanto, há disputas sobre a inclusão do diesel coprocessado com matéria-prima renovável pela Petrobras no percentual de mistura de biodiesel. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, defende essa inclusão, enquanto representantes do setor de biodiesel preferem que o diesel verde seja separado do biodiesel.
A aproximação entre o setor de bioenergia e o governo Lula foi evidenciada em um churrasco organizado pelo ex-presidente em 21 de março, no qual participaram empresários do setor. O objetivo é unir forças para garantir a aprovação do PL no Senado sem alterações significativas.
Enquanto isso, a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), representante dos exportadores, mantém-se distante do governo, já que a maior parte do agronegócio nacional está voltada para as exportações e tem pouco interesse em se relacionar com o governo Lula.
Fonte: Reprodução/ Poder360