A China planeja lançar um robô voador para explorar o lado oculto da Lua no próximo ano, com o objetivo de encontrar água congelada, um recurso essencial para futuras missões lunares. Essa iniciativa faz parte do avanço do programa espacial chinês, que visa fortalecer sua presença na exploração do espaço.

Foto: CCTV via CNN Newsource

O "detector voador" será implantado no polo sul lunar como parte da missão Chang’e-7, aproximando o país da meta de levar astronautas à Lua dentro de cinco anos, conforme noticiado pela mídia estatal na segunda-feira (03/02). A China tem investido significativamente para se tornar uma potência espacial, competindo com outras nações, como os Estados Unidos, que também buscam avanços não apenas científicos, mas também em termos de recursos e segurança.

A presença de água na Lua já foi confirmada anteriormente. Cientistas chineses detectaram o elemento em amostras coletadas pela sonda Chang’e-5, enquanto espaçonaves da NASA e da Índia também identificaram evidências de sua existência. No entanto, há indícios de que o gelo preservado em crateras profundas no lado oculto da Lua possa ser uma fonte viável para sustentar missões futuras.

A busca por esse gelo faz parte do planejamento chinês para construir uma base de pesquisa no polo sul lunar. "Existem algumas cavernas muito profundas no polo sul da Lua, e achamos que pode haver água lá", disse Wu Weiren, projetista-chefe do Projeto de Exploração Lunar da China, à CCTV. "Esperamos que o detector voador possa realizar inspeções no local em uma ou duas cavernas após o pouso."

A descoberta de gelo na Lua poderia reduzir significativamente os custos das missões espaciais e abrir novas possibilidades para a sustentação da vida humana fora da Terra. No entanto, especialistas alertam que a utilização dessa água depende de fatores como sua abundância e composição química.

Nos últimos anos, a China tem realizado uma série de missões lunares robóticas cada vez mais complexas, incluindo a primeira coleta de amostras do lado oculto da Lua. Agora, o país busca se tornar a segunda nação a pousar astronautas na superfície lunar, com uma missão tripulada prevista para ocorrer até 2030.

A missão Chang’e-7, programada para 2026, será a mais detalhada já realizada no polo sul lunar. Contará com um orbitador, um módulo de pouso, um rover e o inovador robô voador. Esse dispositivo tem a capacidade de dobrar as pernas e pousar de maneira semelhante a um ser humano pulando de uma altura, segundo especialistas chineses. No entanto, detalhes como a quantidade de pernas do robô não foram revelados.

O robô será projetado para realizar pelo menos três saltos entre regiões iluminadas e crateras sombreadas, permitindo uma análise minuciosa e possivelmente determinando a localização e distribuição do gelo lunar. Estudos indicam que esse gelo está presente nas regiões mais escuras e frias dos polos, onde a luz do Sol não chega devido à inclinação do eixo lunar. Nessas áreas, as temperaturas podem chegar a -157°C.

Tang Yuhua, vice-projetista-chefe da missão Chang’e-7, ressaltou que essas condições extremas representarão um grande desafio para o funcionamento do robô voador. "Trabalhar por um longo tempo sob essas circunstâncias é um grande desafio", afirmou à mídia estatal.