Mando conhece novos aliados -

O Mandaloriano: Episódio 04, Ecos de um Império caído

 

    Disney/LucasFilm

 

Nasci na década de 80, mas conheci Star Wars na época que todo mundo sabia que não existiria mais qualquer coisa da franquia, a maldita década de 90. Com esse resultado fui criado pelo aço e espada do Conan, pelas trevas do Batman e principalmente pela esperança do Superman. Quando “A Ameaça Fantasma” foi lançado em 1999, minhas lealdades estavam gravadas na rocha com personagens de quadrinhos e agora O Senhor dos Anéis. Star Wars não me chamava mais atenção, era político demais. Quanto à trilogia moderna – embora certamente mais divertida do que as prequelas – eles ainda não entregaram o lado “mistico” que a trilogia original causa numa criança.

 

O Mandaloriano está me fazendo ficar confiante sobre ele ser o melhor conteúdo que eu vi na vida sobre Star Wars. Eu conheço Star Wars de livros, de jogos, dos quadrinhos e nunca uma franquia Star Wars foi tão eficiente, tão focada, tão emocional e tão poderosa. Com o luxo de permitir que sua história respire, O Mandaloriano é o primeiro material de Star Wars a não ser consumida por restrições de tempo e pela estrutura de um filme de três atos.

 

 

O episódio 4, “Santuário”, mostra Mando e seu filho adotivo Baby Yoda refugiando-se no planeta úmido e sonolento chamado Sorgan após sua fuga explosiva de Greef Carga e do que sobrou dos caçadores de recompensa que caçam a criança.

 

Embora não seja tão frenético e violento quanto o anterior, o episódio faz bem não apenas para promover o relacionamento pai-filho legitimamente adorável entre Mando e Baby Yoda (que se torna cada vez mais fofo toda vez que ele aparece na tela), mas é montando numa trama de três atos ao longo de trinta minutos.

 

Tem a introdução tão esperada de Cara Dune, uma mercenária que serviu como soldado de choque na Aliança para Restaurar a República durante a Guerra Civil Galáctica. Todas as suas cenas são animadas graças a lutadora de MMA Gina Carano, cujas habilidades de atuação são tão talentosas quanto seus socos. A presença física de Cara Dune é impressionante; ela é uma lutadora poderosa e forte que se encaixa facilmente no mundo de Star Wars, apesar de a franquia nem sempre dar papéis importantes às personagens femininas. Ela e o Mando têm um relacionamento instantâneo, a coreografia os configura como imagens no espelho um do outro e os atores se interpretando bem. Eles têm um senso de profundo entendimento quando se trata da visão de mundo-ambos são lutadores se escondendo e procurando uma nova causa pela qual lutar.

 

 

Os Mandalorianos são famosos por toda a galáxia por serem um povo hostil e que gosta de guerra. Mas parece que nosso protagonista não tem muitos amores por isso, mais uma vez ele procura sossego e calma. Em flagrante contraste com os desafios da franquia principal de filmes, O Mandaloriano está mais do que feliz em passar um episódio em uma tranquila vila agrícola do que fugas barulhentas, mesmo que essa comunidade agrícola tenha que lidar com os remanescentes (Klatooinians, que foram introduzidos pela primeira vez em O Retorno dos Jedi) do Império com um AT-ST (veículos da série walker, bípedes e blindados usados pela República Galáctica, e com o fim desta foi utilizado também pelo Império Galáctico).

 

E de maneira bastante inteligente, assim que Mando e Baby Yoda chegaram a Sorgan, eles estavam saindo, o que apenas acrescenta ênfase à natureza desesperada de nós contra o mundo e fuga a todo custo da atual situação da dupla dilema. Este não é um programa que permita ao Mando descansar o capacete, principalmente agora. A galáxia inteira está atrás dele.

 

No geral, algo está faltando no núcleo emocional da história e sobre Mando ter que continuar vivendo a vida solitária, mas parece uma reformulação ou uma reescrita de todo o trabalho emocional que ele fez no episódio 3. Cara e o líder dos agricultores são novos aliados dos Mando, mas eles nunca se falam além de um rápido “obrigado”, uma oportunidade perdida para Cara falar mais profundamente sobre por que ela é tão pressionada por créditos quanto Mando. E para fechar foi um episódio muito bem dirigido pela atriz e diretora Bryce Dallas Howard, com certeza ela fez melhor que o Pai que dirigiu o filme do Solo.

 

Conheça o site da Quinta Capa.

Instagram

Comentários

Trabalhe Conosco