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A nova sitcom adolescente de Mindy Kaling, Eu Nunca…, é uma exploração empática e engraçada da dor

 

“Eu Nunca…” é cheio de tropeços adolescentes, mas uma ótima comédia, a Netflix mais uma vez acerta e cria uma série de sucesso imediato.

 

    Netflix


 

Se você me perguntar como é estudar o ensino médio nas escolas dos Estados Unidos, eu não saberia responder, mas se for para responder baseados em filmes e séries, consigo dizer que parece um inferno. O ensino médio na América é uma época bizarra e desagradável, uma história coletiva de maioridade que tem tanto espaço para variedade quanto para pessoas que passam por isso. “Eu Nunca…” (Never Have I Ever, 2020), o mais novo seriado da Netflix criado por Mindy Kaling e Lang Fisher, criadores do The Mindy Project, pega os traços largos, estranhos e vergonhosos do ensino médio e dá a eles uma nova vida, centrando sua história em uma garota filha de indianos.


 

 

“Eu Nunca…” É uma delícia absoluta, um dos mais agradáveis projetos em formato sitcom de comédia que assisti em 2020.


 

Isso não significa que o programa é perfeito – “Eu Nunca…” começa com uma tragédia quando o pai da protagonista Devi Vishwakumar (Maitreyi Ramakrishnan) Mohan (Sendhil Ramamurthy) morre de repente e, pouco depois, Devi inexplicavelmente perde o movimento das pernas. (Isso tudo ocorre nos primeiros minutos). Como Devi está começando a se acostumar à vida sem o pai e com a deficiência, sua mobilidade retorna, tão curiosamente quanto saiu.


 

“Eu Nunca…” é a história da tentativa de Devi de voltar a uma vida normal, e Devi quer voltar dando um giro de 380 graus em sua vida – literalmente, perdendo a virgindade com Paxton Hall-Yoshida (Darren Barnet), o garoto mais bonito da escola.


 

Talvez isso não lhe pareça algo saudável para alguém ainda com 15 anos, real ou fictício, fazer. Mas é aqui que faz desta série algo tão importante: “Eu Nunca…” não é apenas uma visão de indianos americanos sobre a história de sua maioridade numa terra estrangeira, mas também uma história que pega um romance a adolescente e os transforma em um veículo para explorar a tristeza.


 

“Eu Nunca…” não tenta esconder esse tema é nenhum momento durantes seus 10 episódios com histórias sobre empatia e sinceridade. A série se esforça para manter suas apostas pequenas e focadas em Devi e seus amigos e familiares, mas eles estão cercados por um elenco de amigos e familiares diversificados e interessantes o suficiente para apoiar.


 

Embora cada personagem não possa ter uma subtrama própria, todos têm o potencial de profundidade. Todos os personagens estão passando por algo, experimentando seus traumas fundamentais em tempo real. O conflito central de “Eu Nunca…” é a incapacidade de Devi de ver isso, percebendo lentamente que o processo de lidar com seu próprio sofrimento extraordinário a cega para o que os outros estão passando, e que lidar mal com esse sofrimento também pode custar para ela se conectar com as pessoas ao seu redor e lutar por isso.


 

Novamente: “Eu Sei…” também é uma comédia muito boa e divertida. Há uma narração inteligente e divertida do astro do tênis John McEnroe (há uma razão para isso); uma trilha sonora brilhante e apresenta um elenco de jovens atores maravilhosamente carismáticos. “Eu Sei…” parece o que teria sido a série favorita da geração anterior ao streaming, uma primeira temporada no estilo Freaks and Geeks. Mas os tempos são muito diferentes agora, e uma protagonista indiana-americana é uma mudança refrescante para esse tipo de programa – especialmente um que pode durar.

Disponível na Netflix.

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