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Como o prefeito Firmino Filho tenta impedir que o Uber seja bom e barato em Teresina

Por Petrus Evelyn

O Prefeito Firmino Filho enviou um projeto de lei para a Câmara dos Vereadores que impõe para o Uber limite de motoristas na cidade, aplica impostos nas corridas, realiza controle sobre os preços das viagens e diversos outros pontos que, se colocados em prática, transformará o aplicativo em um serviço de qualidade pior que os táxis.

Por que os táxis são tão ruins em sua maioria? Porque são um monopólio e, dessa forma, não há concorrência. Se o profissional compete só consigo mesmo, não há nenhum motivo para melhorar – afinal, os clientes são forçados a utilizar esse único serviço.

Ser taxista possui algumas peculiaridades bizarras. Uma delas é, por exemplo, o fato de ser a única profissão que ninguém mais pode entrar – se você quiser ser médico, advogado, jornalista, gari ou empregada doméstica, há quantas vagas o mercado suporta. Você pode ser qualquer um desses profissionais, bastando para isso ter as qualificações necessárias. Porém, caro leitor, se você deseja ser um motorista de táxi, desista, pois é impossível. As vagas todas já foram preenchidas – e só se atua na área se comprar ou alugar, ilegalmente, o alvará de outro taxista, como muitos o fazem.

A vereadora Graça Amorim, por sua vez, afirmou em entrevista que apoia o projeto do prefeito pois isso irá igualar os serviços do Uber com dos táxis, para que não haja “concorrência desleal”. Por que então não tiram os impostos dos taxistas? Por que não param de fazer controle de preços nos táxis ou, enfim, por que não tiram essa ridícula e totalmente inexplicável limitação de motoristas? Nada disso foi proposta por ninguém da Câmara de Vereadores, provando que a tentativa é meramente de prejudicar o Uber.

A explicação de Amorim é tão inócua que só pensa por um único lado. Ela se esquece que táxis são isentos de IPI (imposto sobre produtos industrializados), o que torna os veículos muito mais baratos – essa isenção não acontece para o Uber. Por que então a vereadora não luta para que os motoristas do aplicativo também tenham essa ótima vantagem na compra de seus carros, já que ela deseja tanto a igualdade de concorrência?

Outras defesas da vereadora chegam a ser preconceituosas e discriminatórias contra os mais pobres. Um dos pontos defendidos pela vereadora Graça Amorim – e que está no projeto enviado à Câmara – é que os carros do Uber, para poderem ser usados, só podem ter, no máximo, seis anos. Imagine só: você é uma pessoa desempregada e que tem um carro de 7 anos que está bem conservado. Os nossos nobres políticos, na sanha de impedir os mais pobres de terem o próprio sustento, vão impedi-lo de trabalhar honestamente.

Há alguns anos, Firmino Filho declarou que Teresina não precisava de Uber – provavelmente esta é a sua mesma opinião de hoje. Essa frase é uma perfeita moldura da mentalidade do prefeito: ele não entende absolutamente nada de livre mercado. Não é o prefeito, o governador ou nenhum político quem deve dizer se um mercado deve ou não ter um determinado profissional, quem deve dizê-lo são os clientes. Estes já aprovaram, com louvor, todos os aplicativos que são mais baratos e têm mais qualidade que as antigas formas de transporte.

Moro em Teresina, mas no momento em que escrevo este texto, estou em Santiago do Chile. Aqui os aplicativos de transporte são proibidos e, mesmo assim, todos os cidadãos usam. Boa parte dos taxistas daqui, assim como em Buenos Aires e no Brasil, agem da mesma forma: não se atualizaram ao longo das décadas que tiveram seus monopólios, mantendo preços altos e qualidade baixa imposta pela falta de concorrência. Felizmente vivemos outros tempos que as novidades tecnológicas vieram para melhorar e baratear a vida da população.

Lutemos para que políticos como Firmino Filho não impeçam que essas melhorias ajudem a sociedade.

Petrus Evelyn é jornalista e empresário. Autor de livros sobre hipnose e modificação do comportamento. Atua nas áreas de treinamentos e consultorias para empresas.

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