
Peixe-diabo negro é visto pela primeira vez em águas rasas
Pesquisadores de uma organização voltada ao estudo e à conservação de tubarões e raias nas Ilhas Canárias, na Espanha, documentaram a presença do peixe-diabo negro pela primeira vez à luz do dia, a cerca de 2 km da costa de Tenerife. O caso ocorreu em 26 de janeiro e foi divulgado nas redes sociais na último quarta-feira (05/02).
O diabo negro é um peixe abissal pertencente à espécie Melanocetus johnsonii. Segundo a publicação feita pela ONG Condrik Teneri, esse animal pode ser encontrado em oceanos tropicais e subtropicais ao redor do mundo, vivendo em profundidades entre 200 e 2 mil metros.
O responsável pelo flagrante do peixe-diabo negro na superfície da costa de Tenerife foi o fotógrafo de vida marinha David Jara Boguñá, acompanhado dos biólogos marinhos Laia Valor, Marc Martín e Antonio Sabuco. Eles estavam retornando ao porto após um dia de pesquisas sobre tubarões. Veja o vídeo aqui!
Registro histórico
Nas redes sociais, David Jara celebrou a descoberta, já que registros desse peixe abissal se limitavam a larvas, espécimes adultos mortos ou imagens obtidas por submarinos. Esse pode ser o primeiro registro de um exemplar adulto, vivo e à luz do dia, avistado na superfície oceânica.
“Um peixe lendário que poucas pessoas tiveram o privilégio de ver em vida. Seu gênero Melanocetus significa literalmente ‘monstro marinho negro’, um nome que faz jus a essas imagens”, escreveu o fotógrafo na legenda da postagem.
David Jara afirmou que a presença do peixe abissal em águas tão rasas ainda é um mistério. “Pode estar relacionada a uma enfermidade, uma corrente de ar ascendente, a fuga de um predador, entre outros fatores…”, explicou ele.
Os pesquisadores coletaram o animal para análise e o encaminharam ao Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), em Santa Cruz de Tenerife, após constatarem que ele não conseguiria sobreviver na superfície.
O peixe-diabo negro também aparece no filme Procurando Nemo, da Pixar, onde é retratado como um predador assustador, com uma aparência ameaçadora e um farol bioluminescente na cabeça.
Fonte: Metrópoles