Além da sala de aula -

Contato com animais e natureza auxilia no aproveitamento educacional

Caminhada ao ar livre e interação com plantas e animais. Parece passeio de fim de semana, mas é só mais um dia de aula. Ao menos para os alunos de escolas que adotam o contato com a natureza como ferramenta pedagógica. Segundo os professores desses colégios, a estratégia não só estimula o respeito pelo meio ambiente como ajuda no desenvolvimento do senso de responsabilidade e até na adoção de hábitos alimentares mais saudáveis.

Na fazendinha da escola infantil Arara Azul (entre o Park Way e Águas Claras), os alunos entram em contato com pôneis, minivaca — da qual tiram leite —, pavão, jabuti, galinhas e, claro, arara-azul, a mascote do local. Fernanda de Paula, mãe de Bento, 4 anos, elogia o método, que, segundo ela, proporciona um contato com animais que as crianças da cidade pouco veem. “É muito mais fácil entender como o bichinho se comporta, vive e se alimenta se há contato com ele. É diferente do livro”, ressalta.

Coordenadora pedagógica da instituição, Michelli Domingos concorda. “A criança começa a estabelecer o respeito do ser humano com o animal. O cuidar da natureza só começa quando a criança convive com isso”, diz. E não há dúvida de que os pequenos amam. Às sextas-feiras, quando visitam a fazendinha, são os dias preferidos dos alunos, especialmente agora, quando estão apaixonados pela filhote de pônei Amora, nascida no mês passado. Como é o caso da estudante Ana Luiza, que adora passear com os animais.

    Foto: Correio Braziliense

A potrinha Amora é filhote de dois dos bichos mais queridos pelos alunos, os pôneis Lola e Alazão, que garantem muitos passeios divertidos. O nome do animalzinho foi escolhido por meio de votação na internet que mobilizou toda a comunidade escolar.

Para especialistas em desenvolvimento infantil, esse tipo de atividade constante certamente traz outros benefícios para os pequenos. “As crianças podem apresentar ganhos nas habilidades sociais e na integração emocional”, analisa Renata Fernandes, neuropsicóloga e especialista em terapia cognitiva comportamental. Segundo ela, a relação respeitosa com os animais também ajuda o aluno a assumir mais responsabilidade, a ter mais iniciativa e a melhorar a autoestima. “Além de ajudar a estimular a fala, estabelecer vínculos terapêuticos e fortalecer o desenvolvimento sensorial”, enumera.

Coelhos amados

Outra escola que oferece um espaço semelhante é o La Salle, também em Águas Claras. Lá as visitas são semanais e os estudantes têm contato com animais maiores, como avestruz, porcos e ovelhas. Mas o preferido das crianças são os coelhinhos. O supervisor agropecuário e responsável por orientar os alunos nos passeios, Pedro Eloi Welter, diz que, por serem menores e fazerem parte do imaginário das crianças, os bichinhos de orelhas compridas recebem mais atenção. “Todos amam, porque são os mais carinhosos, mais fáceis de se adaptar”, explica.

A coordenadora do ensino infantil da escola, Daniela Maurício de Almeida, também ressalta a lição de respeito à natureza que essa experiência traz. Segundo ela, ao manter contato com os bichos, a criança entende que ela faz parte da biodiversidade e começa a aprender a importância de preservar. “E criança aprende muito rápido”, garante.

Daniela ressalta ainda que, antes de passarem a visitar a fazendinha, os alunos recebem um preparo prévio, para que não estranhem o ambiente. “Toda semana, eles fazem esse contato, mas antes aprendem na sala de aula a teoria, para chegarem mais preparados”, detalha.

    Foto: Correio Braziliense

Todo cuidado

Para que os bichos não fiquem estressados com a presença de tantos alunos, Pedro Eloi Welter explica para as crianças como se comportar na hora da visita e o quanto é importante ter cuidado com os animais. “A gente ensina que estamos entrando na casa deles, então, não pode ter barulho nem muita movimentação na hora do contato. Cada animal tem seu hábitat e exige um cuidado diferente”, aponta. Além disso, as escolas contam com veterinários e cuidadores para que não haja maltrato.

Fonte: Com informações do Correio Braziliense

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