
Rafael projeta liderança nacional no IDEB com tempo integral, avaliação e formação de professores
Questionado pelo público durante a Conferência da Cátedra Otavio Frias Filho, promovida pela Folha de S.Paulo, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), respondeu com firmeza: o objetivo do Estado é se tornar líder nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Mais do que uma ambição, segundo ele, a meta já está formalizada em contrato com a Secretaria de Educação.
“Isso virou uma meta oficial. O secretário Washington Bandeira tem essa missão. Já avisei que, se não cumprir, vai ter que prestar concurso de novo”, brincou o governador.

Tempo integral como divisor de águas
Rafael foi enfático ao afirmar que a universalização da educação em tempo integral no ensino médio será o grande fator de virada para o Piauí. “Não tenho a menor dúvida. Se o IDEB anterior já tivesse medido apenas as nossas escolas de tempo integral, o Piauí já teria sido o primeiro do Brasil.”
Hoje, todos os alunos do 1º ano do ensino médio da rede estadual estudam em tempo integral — nove horas por dia, com refeições e atividades pedagógicas, culturais e esportivas. Até 2027, todos os estudantes que realizarem o exame do IDEB terão passado pelos três anos no novo modelo.
“Isso muda tudo: a presença da família, o acompanhamento da saúde mental dos alunos, a dedicação dos professores, o envolvimento da comunidade escolar. É uma transformação estrutural.”
Avaliação constante e cultura de desempenho
Outro ponto destacado por Fonteles foi a valorização da cultura de avaliação entre adolescentes, defendendo a aplicação frequente de exames e diagnósticos para medir o aprendizado real e ajustar as políticas educacionais.
“Você pode até questionar a avaliação em excesso para crianças pequenas. Mas para adolescentes, quanto mais, melhor. A cultura de avaliação é essencial para evoluir.”
Formação e valorização dos professores
O terceiro pilar mencionado pelo governador foi o investimento na formação docente, com ênfase especial no ensino da matemática — área que apresenta maior defasagem nas avaliações nacionais.
“Quando se olha os dados, a nota de matemática é o calcanhar de Aquiles. A diferença de desempenho entre ela e as demais áreas é quase a metade. Isso exige uma formação continuada robusta e metodologias eficazes.”
Fonteles elogiou iniciativas como a de professores pesquisadores do IMPA, que vêm se dedicando à melhoria dos materiais didáticos e da capacitação em matemática. Mas reconheceu o desafio de levar esse esforço à média do corpo docente.
“Temos que estimular os professores, garantir valorização e criar ambientes de motivação para a qualificação. Isso passa por salário, sim, mas também por reconhecimento e condições de trabalho.”