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Júri Histórico no Piauí revive a Batalha do Jenipapo em simulação jurídica inédita

A Academia Campomaiorense de Ciências, Artes e Letras (ACALE) promoveu um evento inédito no dia 30 de novembro, às 9h30, na Câmara Municipal de Campo Maior, Piauí: o julgamento simbólico do general João José Cunha Fidié. O militar português liderou tropas em nome da Coroa Portuguesa durante a sangrenta Batalha do Jenipapo, em 1823, que vitimou diversos camponeses piauienses às margens do rio Jenipapo.

Foto: 180graus

A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades, entre elas: o advogado e idealizador do evento, Dr. Hartônio Bandeira; Dr. Williams; a Juíza Dra. Zilnéia; Celso Chaves, presidente da ACALE; Bruno Sousa; Idiogania Sousa; e o vereador eleito Devan Eugênio (PT).

Foto: 180graus

O evento, idealizado pelo advogado e professor de Direito Hartônio Bandeira, teve como objetivo revisitar a história do Piauí e promover o conhecimento da batalha por meio do Tribunal Popular do Júri, unindo os aspectos históricos e jurídicos da época com a legislação contemporânea.

Em entrevista ao Portal 180 Graus, Hartônio Bandeira explicou que sua experiência no Tribunal do Júri, desde 2009, inspirou a realização do projeto. Ele destacou que sua intenção era adequar o Júri Popular aos fatos históricos, provocando a população a conhecer melhor a história do Piauí e desmistificar o funcionamento do Júri Popular. Segundo ele, o objetivo era estimular o interesse pela história da independência e seus desdobramentos.

Ao revisitar a Batalha do Jenipapo por meio de um julgamento simulado, Hartônio reforçou a responsabilidade de retratar um momento tão significativo. Ele afirmou que, embora não fosse possível reproduzir a verdade com exatidão, o esforço era de se aproximar ao máximo de uma interpretação justa dos fatos históricos. Para ele, essa abordagem lúdica e educativa reflete sobre os eventos que moldaram o estado.

Foto: 180graus

O público pôde observar uma simulação completa, com a promotoria, defesa e jurados assumindo papéis históricos e contemporâneos. Segundo Hartônio, o julgamento seguiu as normas do Direito Penal da época, com base nas Ordenações Filipinas do Livro V, que disciplinavam os crimes e punições em 1823, e também se adequou à legislação moderna. Ele explicou que o objetivo era harmonizar a legislação da época com a atual, tornando o evento uma ponte entre passado e presente.

Foto: 180graus

O corpo de jurados foi composto por acadêmicos da ACALE e professores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Já o tribunal contou com uma promotoria e defesa entregues à tarefa de representar as partes com profundidade e compromisso histórico.

Para Hartônio Bandeira, o Júri Histórico é mais do que um evento acadêmico: é um marco para a disseminação da história do Piauí e um incentivo para futuras gerações. Ele destacou que deseja que este seja apenas o início de uma tradição que será revisitada e aprimorada ao longo dos anos.

Foto: 180graus
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