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Eleições da OAB-PI: Atraso recorde que mostra a ineficiência da apuração frente às seccionais do BR

No último sábado (30/11), a advocacia piauiense acompanhou com expectativa — e posteriormente com exasperação — as eleições para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí. O pleito, que prometia marcar uma nova era para a advocacia no estado, acabou sendo ofuscado pelo que se pode considerar um dos maiores atrasos na apuração dos votos na história da instituição.

Foto: 180graus

O resultado, que deveria começar a ser divulgado a partir das 18h30, só teve início por volta das 21h30, acumulando um atraso de três horas. A divulgação final ocorreu já no início da madrugada de domingo (1º/12), o que gerou não apenas indignação, mas também um desconforto que se alastrou por toda a classe.

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Enquanto outros estados do Brasil concluíram rapidamente suas apurações, entre 18 e 21h já tinha o resultado final, o Piauí despontou negativamente, destacando-se pela morosidade. A justificativa oficial da instituição foi a lentidão na coleta de dados das urnas de lona e das subseções do interior do estado. Essa explicação, entretanto, não amenizou as críticas.

Um novo presidente, um novo caminho?

Apesar do desgaste provocado pela demora, a eleição consagrou Raimundo Júnior, líder da Chapa "OAB da Esperança", como novo presidente da OAB Piauí, com 4.542 votos, o equivalente a 51,81% dos votos válidos. A vice-presidência será ocupada pela advogada Raylena Alencar. A dupla assumirá o comando da entidade no triênio 2025-2027, com a promessa de mudanças significativas.

A vitória de Raimundo Júnior simboliza mais do que uma mudança de comando: ela reflete o anseio de uma classe por renovação e representatividade. Em seu primeiro discurso como presidente eleito, ele destacou a necessidade de tornar a OAB mais inclusiva, sensível e resolutiva.

Foto: 180graus

“Acho que temos que rever diversos conceitos dentro da nossa casa para retomar um caminho de representatividade e, principalmente, de respeito e inclusão. Precisamos de uma OAB mais humana, mais sensível e que seja resolutiva e efetiva em relação ao dia a dia da advocacia”, afirmou.

A nova diretoria também promete um foco na união da classe, essencial para enfrentar os desafios que têm afligido a advocacia no estado, desde a sobrecarga no Judiciário até a desvalorização da profissão em âmbito local.

Foto: 180grausRaimundo Júnior

Resultados do pleito

Além de Raimundo Júnior, o pleito contou com a participação de mais dois candidatos:

  1. Aurélio Lobão, da Chapa "OAB de Futuro", obteve 3.858 votos (44,01%).
  2. Carlos Júnior, da Chapa "Veste o Gibão", ficou com 366 votos (4,18%).

Também foram registrados 72 votos em branco e 88 nulos, em um total de mais de 11 mil advogados(as) aptos a votar. A eleição ocorreu simultaneamente na sede da OAB em Teresina e nas 20 Subseções do interior do estado.

Próximos passos

A nova diretoria assume a OAB Piauí em um momento delicado, mas promissor. O compromisso firmado por Raimundo Júnior de construir uma "OAB da Esperança" será posto à prova desde o primeiro dia. Entre as prioridades estão:

  1. Fortalecimento da advocacia no interior: garantir que os advogados das Subseções tenham acesso a condições de trabalho dignas.
  2. Modernização administrativa: evitar que episódios como o atraso na apuração das eleições se repitam.
  3. Inclusão e diversidade: ampliar a participação de mulheres e jovens advogados na tomada de decisões.

A advocacia piauiense já não aceita menos do que eficiência, representatividade e respeito. O que está em jogo não é apenas o futuro de uma gestão, mas a credibilidade de uma instituição que é pilar essencial para a democracia e a Justiça.

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