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Disputa entre Georgiano e Zé Santana em Rio Grande do Piauí provoca nova leva de exonerações

A disputa por uma vaga na Câmara Federal nas eleições de 2026 segue provocando efeitos colaterais em municípios do interior do Piauí. Em Rio Grande do Piauí, o cenário é de forte tensão política entre o prefeito Antônio Luís da Costa Feitosa (PSD) e o vereador Geones Medrado, o mais votado da história do município.

Desde que Geones declarou apoio a Zé Santana (PT) — e não ao pré-candidato a deputado federal Georgiano Neto (PSD), aliado do prefeito — uma série de exonerações tem atingido diretamente pessoas ligadas ao seu grupo político.

Foto: 180grausDisputa entre Georgiano (PSD) e Zé Santana (PT) chega ao interior e provoca exoneração de aliados

No início de junho, dois secretários municipais indicados por Geones foram dispensados:
    •    James Pereira da Silva, da Secretaria Municipal de Transportes, por meio da Portaria nº 132/2025;
    •    Rones Pereira da Silva, da Secretaria da Juventude, por meio da Portaria nº 131/2025.

Agora, no fim de junho, novos nomes ligados ao vereador também foram exonerados:
    •    Dr. Antônio Luís da Costa e Silva, dentista da Secretaria Municipal de Saúde, teve seu contrato encerrado por meio do Termo Administrativo nº 10/2025, com vigência a partir de 30 de junho.
    •    Marilda Pereira dos Santos Lima, auxiliar de serviços gerais na Secretaria Municipal de Educação, foi exonerada via Termo nº 144/2025, com data retroativa a 12 de junho.

Todos os atos foram assinados pelo prefeito Antônio Luís e alegam “razão de interesse público” como justificativa para a rescisão unilateral dos contratos temporários.

Tensão eleitoral precoce

A série de exonerações é interpretada nos bastidores como consequência direta da decisão de Geones de apoiar Zé Santana em detrimento de Georgiano Neto, pré-candidato do grupo liderado pelo deputado federal e pré-candidato a senador, Júlio César.

Embora a campanha eleitoral de 2026 ainda não tenha sido oficialmente iniciada, os movimentos locais indicam que a corrida por apoio já está em curso. A base do prefeito tem pressionado lideranças locais a se alinharem ao projeto de Georgiano, o que tem provocado rupturas políticas e administrativas — como no caso de Geones.

Apesar da série de exonerações, o vereador mantém sua posição e reafirma apoio ao deputado Zé Santana, com quem mantém laços de parceria política desde gestões anteriores.

Leia também: Prefeito responde e nega pressão por apoio a Georgiano: “Foi o próprio vereador que rompeu o acordo”

No período da primeira exonerações, em nota, o prefeito afirmou a esta coluna que, nas reuniões internas do grupo político, ficou previamente acordado que os vereadores teriam liberdade para escolher entre apoiar um candidato a deputado estadual ou federal, desde que o outro nome fosse apoiado em consenso com o grupo. “Em nenhum momento o grupo liderado por mim impôs que o vereador Geones votasse no deputado Georgiano Neto. O que todos queriam era que ele cumprisse o que foi acordado nas reuniões”, pontuou.

Feitosa ainda trouxe detalhes sobre os exonerados. Segundo ele, Ronne Medrado e James Medrado, irmãos do vereador Geones e até então secretários de Juventude e Transportes, respectivamente, já haviam declarado apoio a outros candidatos distintos dos escolhidos por Geones. “O próprio vereador afirmou que apoiaria dois candidatos a deputado estadual: Nerinho e Severo Eulálio, o que inviabilizava o acordo firmado com o grupo”, relatou o prefeito.

A nota acrescenta que a decisão de exoneração foi tomada após o próprio Geones comunicar que não manteria o acordo político firmado anteriormente. “Reuni todo o grupo liderado por mim, e foi tomada a decisão de exonerar os dois irmãos, visto que os cargos são de confiança do prefeito e, sem a devida confiança, não havia mais sentido em mantê-los nas funções”, completou.

Por fim, o prefeito comunicou que, com a saída de Geones do grupo, o vereador Claudimar da Costa e Silva passou a integrar a base aliada, mantendo a maioria governista de sete vereadores na Câmara Municipal. Ele também destacou sua trajetória política e popularidade: “Estou no meu quarto mandato como prefeito e fui reeleito com 77,61% dos votos, a maior maioria da história de Rio Grande do Piauí.”

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