Notável crescimento -

Como os milionários do agro fazem Goiânia viver 'boom' imobiliário

Goiânia, a décima cidade mais populosa do Brasil, com uma população de aproximadamente 1,4 milhão de habitantes, tem vivenciado nos últimos anos um notável crescimento não apenas em sua população, mas também em seu setor imobiliário. De acordo com dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a capital do estado de Goiás conquistou a segunda posição no ranking das cidades brasileiras que mais valorizaram imóveis ao longo de 2022. Com informações do Metrópoles.

Foto: Divulgação

No ano passado, o preço médio dos imóveis residenciais em Goiânia registrou um aumento impressionante de 20,9%, superando a média nacional para o mesmo período e as taxas observadas em cidades como São Paulo, Vitória e Salvador. Além disso, de acordo com a Fipe, nenhuma capital no Brasil testemunhou um crescimento tão substancial no valor total dos imóveis nos últimos 12 meses.

O sucesso econômico de Goiânia, situada no coração do agronegócio brasileiro, tem sido um grande motor para esse boom imobiliário. O setor agropecuário, que representa uma parte significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país, tem crescido de forma notável, alcançando um aumento de 21,6% no primeiro trimestre de 2023. Isso atraiu grandes empresas, marcas e investidores em busca de diversificação de portfólio, impulsionando uma expansão no mercado de luxo da cidade.

Os empreendimentos de médio e alto padrão desempenharam um papel fundamental no crescimento do mercado imobiliário de Goiânia no primeiro semestre de 2023, respondendo por quase metade das vendas entre janeiro e junho deste ano, ou seja, 47% das transações.

De acordo com um estudo realizado pela consultoria Brain, a pedido da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), em 2022, foram lançadas na cidade 11.550 unidades, abrangendo prédios residenciais, comerciais, casas e hotéis. Em comparação com 2018, quando começou o ciclo de crescimento do mercado imobiliário de Goiânia, essa expansão representa um aumento de quase 80%, com o valor total dos lançamentos ultrapassando a marca de R$ 6 bilhões.

De 2018 a 2022, o valor geral das vendas aumentou em impressionantes 119%, enquanto o número de unidades vendidas cresceu 68,5%. Algumas marcas de renome, como o estúdio italiano de design Pininfarina, o Studio Arthur Casas, a torre de negócios World Trade Center (WTC) e a marca V3rso do Hotel Emiliano, decidiram investir na capital goiana, contribuindo ainda mais para o seu crescimento.

Para Sérgio Villas Bôas, vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil), o mercado imobiliário tem se mostrado atraente para investidores em busca de diversificação de portfólio devido à constante e efetiva geração de riqueza proporcionada pelo setor agropecuário.

Diego Amaral, diretor da Comissão de Direito Imobiliário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), destacou que a qualidade dos empreendimentos, assinados por arquitetos renomados, tem sido um fator atrativo para os "milionários do agro" em Goiânia. Além disso, um novo Plano Diretor, em vigor durante a pandemia, permitiu construções em áreas nobres da cidade, proporcionando uma qualidade de vida diferenciada aos compradores.

O crescimento do mercado imobiliário em Goiânia é reflexo da dinâmica econômica impulsionada pelo agronegócio não apenas no estado de Goiás, mas em todo o Centro-Oeste brasileiro. Dados da LCA Consultoria mostram que a região abriga 16 das 20 cidades mais ricas do agronegócio no Brasil, com 10 delas em Mato Grosso, três em Mato Grosso do Sul e três em Goiás. Entre os 100 municípios mais ricos desse setor, 35 estão em Mato Grosso, 13 em Mato Grosso do Sul e 10 em Goiás.

Em junho de 2023, Goiás registrou um aumento de 5,13% na atividade econômica em comparação com o mesmo período do ano anterior, superando a média nacional de 2,1% de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o que o colocou em terceiro lugar no ranking nacional.

O economista Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), explica que a renda gerada pelo agronegócio aquece não apenas a economia local, mas também a economia nacional, impactando positivamente em diversos setores, incluindo o mercado imobiliário.

Em resumo, Goiânia tem experimentado um crescimento significativo no mercado imobiliário, impulsionado pela prosperidade do agronegócio na região, atraindo investidores e marcas de luxo e contribuindo para a expansão econômica da cidade. A relação entre o desenvolvimento do agronegócio e o mercado imobiliário é evidente e promissora para o futuro da capital goiana.

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